21/10/2025 - 20:53
A cotação do ouro à vista recuou até 6,3%, marcando a maior queda desde 2013, enquanto a prata despencou 8,7%, atingindo US$ 47,89 por onça. O movimento ocorreu após indicadores técnicos sugerirem que os ganhos acumulados no ano haviam sido excessivos.
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Tanto o ouro quanto a prata sofreram a mais intensa liquidação em vários anos, à medida que investidores aproveitaram para realizar lucros, temendo que a recente escalada dos metais preciosos tivesse se tornado exagerada e fora de proporção com os fundamentos.
A forte valorização do dólar no mundo reduziu o apelo dos metais, ao mesmo tempo em que declarações da Casa Branca aliviaram temores sobre as negociações comerciais entre EUA e China. Além disso, a paralisação temporária da Índia, segundo maior comprador de ouro do mundo, durante o festival de Diwali, drenou parte relevante da liquidez do mercado.
O avanço do ouro nos últimos meses foi impulsionado por apostas de que o Federal Reserve realizaria cortes agressivos nas taxas de juros até o fim do ano e também pelo chamado “debasement trade”, em que investidores migraram de títulos soberanos e moedas para metais como proteção contra déficits fiscais crescentes.
No caso da prata, que além de ativo de reserva também possui alta demanda industrial, a disparada recente foi ainda mais acentuada.
No auge do ano, o ouro acumulava alta de 64%, enquanto a prata valorizava 83%, refletindo o comportamento especulativo e o fluxo de capitais para os metais antes da correção atual.
A volatilidade dos metais preciosos intensificou-se nos últimos dias, com traders buscando proteção contra possíveis quedas de preços em outras partes de suas carteiras ou tentando lucrar com o movimento de correção.
Na quinta e sexta-feira da semana passada, foram negociados mais de 2 milhões de contratos de opções atrelados ao maior fundo de índice do mundo lastreado em ouro (ETF), superando o recorde histórico anterior. Esse volume excepcional reflete o aumento do interesse especulativo e a mudança abrupta no sentimento do mercado, com investidores ajustando suas posições diante da incerteza sobre a trajetória dos metais.