30/12/2022 - 16:19
O ouro terminou a última sessão de 2022 praticamente estável, desempenho que se reproduziu no acumulado do ano, com investidores pesando de um lado o desestimulo diante do processo de alta de juros global, mas de outro o aumento da aversão a risco com as crescentes tensões geopolíticas e a persistência da covid-19, que alimentam incertezas quanto ao futuro da economia mundial.
O ouro para fevereiro fechou em alta de 0,02%, em US$ 1.826,2 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). O metal acumulou em 2022 alta de 0,17%, considerando sempre o contrato mais líquido.
“Durante a maior parte do ano, o ouro esteve sob pressão de um Federal Reserve agressivo. Mas, no final do ano, houve alguma recuperação e uma tábua de salvação para as expectativas de que o Fed pode desacelerar o aperto monetário”, disse Ilya Spivak, chefe de macro global da Tastytlive, à CNBC.
Para Frank Holmes, CEO da U.S. Global Investors, é possível que o ouro chegue aos US$ 4 mil. “Tecnicamente, o ouro está se preparando para um rali monstruoso. Sua média móvel de 50 dias ultrapassou a média de 100 dias, enquanto o próprio ouro está sendo negociado acima de sua média de 200 dias”, diz, pontuando que o ouro tem ajudado os investidores a limitar perdas em suas carteiras, considerando, por exemplo, a queda de quase 20% do S&P 500 neste ano.
“Os fundamentos também parecem fortes. A inflação continua teimosamente alta e o dólar americano está em declínio. Uma recessão parece praticamente garantida com a curva de rendimentos mais invertida em mais de 40 anos. Mais importante ainda, os bancos centrais não se cansam do metal. No terceiro trimestre, as compras líquidas oficiais de ouro foram de aproximadamente 400 toneladas, cerca de US$ 20 bilhões, o maior valor em mais de meio século”, observa Holmes.