O ouro fechou em alta, em dia de retornos dos Treasuries e dólar enfraquecidos, depois que o relatório ADP apontou criação de empregos aquém do esperado no setor privado dos EUA. A valorização ocorre enquanto investidores alinham expectativas para quando se iniciará o ciclo de relaxamento monetário nos EUA, pouco antes da decisão de juros do Federal Reserve (Fed) na tarde desta quarta, 31.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril de 2024 fechou em alta de 0,83%, a US$ 2.048,40 por onça-troy. Entretanto, no mês, o contrato mais líquido recuou 1,12%.

“O ouro parece preso entre US$ 2.000 e US$ 2.050 neste momento, dividido entre a perspectiva de múltiplos cortes de juros neste ano e a redução dessas expectativas nas últimas semanas”, comentou o analista Craig Erlam, da Oanda.

Erlam explicou que ainda persiste o otimismo de que os juros possam cair bastante neste ano, permitindo que o metal continuasse acima de US$ 2.000. Entretanto, ele reforça que os dados econômicos precisarão fazer jus a essas expectativas, para que o preço do ouro continue assim. “Uma mensagem dovish do Fed hoje também não seriam ruim para a cotação”, acrescentou.

Hoje, a pesquisa ADP informou que o setor privado dos Estados Unidos gerou menos vagas de emprego em janeiro do que o esperado, sugerindo fraqueza no mercado de trabalho. Expectativas dovish, em tese, pressionam a moeda americana e os rendimentos dos títulos públicos dos EUA, apoiando o ouro. Isso porque a depreciação do dólar torna commodities mais baratas para operadores de outras divisas. Já a baixa dos retornos dos Treasuries amplia a atratividade do ouro comparativamente, visto que o metal é um investimento que não rende juros.