Os preços do ouro subiram nesta terça-feira, 6, impulsionados pela crescente demanda por ativos de proteção em meio à cautela renovada nos mercados globais. O apetite por risco perdeu fôlego, e a combinação entre um dólar mais fraco e quedas nas bolsas reforçou o apelo do ouro como porto seguro, segundo Fawad Razaqzada, analista da StoneX.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do ouro para entrega em junho avançou 3,03%, encerrando a US$ 3.422,8 por onça-troy.

A valorização coincide com a retomada das negociações na China, após o feriado do Dia do Trabalho. “O mercado altista é impulsionado por uma nova onda de investimentos em ouro no país asiático e pelas compras contínuas de bancos centrais, que buscam reduzir a exposição a ativos americanos, especialmente ao dólar”, destacou Adrian Ash, diretor de pesquisa da BullionVault.

Para o JPMorgan, o ouro pode atingir US$ 4.000 por onça no segundo trimestre de 2026, com média de US$ 3.675 ao final de 2025. Já o TD Securities acredita que o patamar de US$ 4.000 pode ser atingido ainda neste ano.

Apesar da dinâmica, Razaqzada alerta que um eventual progresso nas negociações comerciais entre EUA e China poderia esfriar os preços. No entanto, as expectativas por um “acordo iminente seguem fracas”.

O mercado acompanha agora a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), em busca de sinais sobre o possível início do ciclo de cortes de juros. No front geopolítico, ataques com drones da Ucrânia levaram ao cancelamento de voos em Moscou e outras regiões da Rússia.

Já no Oriente Médio, Israel intensificou bombardeios contra alvos houthis no Iêmen, elevando ainda mais o clima de incerteza global.

*Com informações da Dow Jones Newswires