Os contratos futuros do ouro fecharam em baixa nesta terça-feira, 21, com a queda histórica do petróleo pressionando as commodities em geral e diante da força do dólar, o que torna o metal precioso mais caro e menos atraente para detentores de outras moedas.

O ouro para junho caiu 1,37%, a US$ 1.687,8 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), perdendo a marca dos US$ 1.700.

“Obviamente, os declínios históricos em andamento nos preços do petróleo estão tendo um impacto deflacionário na maioria das commodities físicas”, afirmam analistas da Zaner Metals.

Nesta segunda-feira, 20, pela primeira vez na História, o petróleo foi negociado abaixo de US$ 0. Com o WTI para maio perto do vencimento, investidores começaram a liquidar o contrato para evitar a entrega física. Além da queda na demanda, em decorrência da pandemia de coronavírus, há relatos de que o espaço para armazenamento de petróleo nos Estados Unidos está perto de se esgotar.

O ouro acabou fechando o pregão de ontem em alta, mas um analista da Kitco havia alertado que a queda no petróleo pressionaria todo o complexo de commodities.

Para o analista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank, o fato de o metal precioso ter caído hoje abaixo de US$ 1.700 a onça-troy, depois de ter se beneficiado nas últimas semanas da aversão a risco gerada pela crise do coronavírus, sugere “que o potencial positivo parece, pelo menos temporariamente, esgotado perto de US$1.700/US$ 1.750”.

Além disso, a força do dólar hoje torna o ouro menos atraente para detentores de outras divisas. No horário de fechamento do metal precioso, o índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante outras seis rivais, subia 0,38%, a 100,333 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)