O ouro fechou o pregão desta sexta-feira, 25, em baixa, pressionado pela força do dólar, que é resultado da busca por segurança que se instalou nos mercados internacionais diante de uma série de incertezas, como a proximidade da eleição presidencial americana, a falta de novos estímulos fiscais nos Estados Unidos e a segunda onda de covid-19 na Europa.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro recuou 0,56%, a US$ 1.866,30 a onça-troy, com perda semanal de 4,88%.

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Uma desvalorização temporária do dólar ontem ajudou o ouro, mas a moeda dos EUA voltou a subir hoje, o que faz com que os contratos das commodities fiquem mais caros e menos atraentes a detentores de outras divisas. “Os preços dos metais preciosos – incluindo ouro – caíram esta semana em parte devido à valorização do dólar”, afirmam analistas da Capital Economics.

A consultoria britânica, entretanto, avalia que os preços do metal precioso devem voltar a avançar nos próximos meses, “à medida que os rendimentos reais dos EUA caem”, após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) flexibilizar a meta de inflação e sinalizar que não deve elevar juros antes de 2024.

“Um olhar mais atento sobre o desenvolvimento do ouro e do EUR-USD euro/dólar revela que houve uma correlação perceptível entre os dois desde meados de julho”, destaca o analista de metais Carsten Fritsch, do Commerzbank. O profissional do banco alemão ressalta que o euro se desvalorizou em comparação com a moeda americana, mas chama a atenção para o fato de que a queda no preço do ouro foi maior, proporcionalmente. “A redução das preocupações com a inflação devido ao aumento dos casos de coronavírus pode ter algo a ver com isso”, afirma Fritsch, referindo-se a investidores que geralmente compram ouro para fazer hedge contra a inflação.