O ouro fechou em queda nesta quinta-feira, em meio ao fortalecimento do dólar e dos juros dos Treasuries no exterior, após dados de inflação acima do esperado nos Estados Unidos corroborarem a defesa de uma postura de prudência nos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril encerrou o pregão com queda de 0,61%, a US$ 2.167,50 a onça-troy. O índice dólar, que mede a variação da moeda ante uma cesta de divisas pares, avançava 0,56%, a 103,36 pontos.

Na quarta-feira, o metal amarelo teve direção oposta e subiu, com o dólar em queda justificando o movimento. Mas o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de fevereiro muito acima do esperado, divulgado nesta quinta nos EUA, trouxe nova demanda para a moeda, influenciando na queda do metal.

A consequente escalada dos rendimentos dos Treasuries também impôs pressão ao ouro, uma vez que ambos competem como reserva de segurança e a commodity metálica não rende juros.

O PPI “reforça a noção de inflação rígida e a necessidade de um Fed paciente. Na verdade, com meses consecutivos de aceleração das pressões sobre os preços, existe uma preocupação crescente de que o Fed possa ter parado antes de atingir um nível suficientemente restritivo para domar a inflação, distraído pela perspectiva de uma aterrissagem suave (da economia)”, escreveu a economista-chefe da Stifel, Lindsey M. Piegza, em nota. “Se a dinâmica mudar para cima, a Fed poderá ser forçado a retomar novos aumentos das taxas para conter as pressões elevadas sobre os preços”, completou.

*Com informações da Dow Jones Newswires