08/04/2022 - 0:23
Quatro anos após se tornar pública a existência do Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais (AATIP), uma iniciativa investigatória financiada pelo governo dos EUA para o estudo de objetos voadores não identificados (OVNIs), o Pentágono liberou 1.574 páginas de documentos até então secretos.
De acordo com o periódico inglês The Sun, que diz ter solicitado o material com base na Lei de Liberdade de Informação (FOIA) dos EUA em dezembro de 2017, entre os documentos disponibilizados agora pela Agência de Inteligência da Defesa (DIA) estão relatórios sobre os efeitos biológicos de avistamentos de OVNIs em humanos, categorizações para experiências paranormais e estudos sobre tecnologias avançadas.
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Ainda de acordo com o tabloide, a DIA disse que “algumas partes” dos documentos “devem continuar retidas” devido a preocupações de privacidade e confidencialidade. Ainda assim, a agência afirma que não reteve “nenhuma parte razoavelmente segregada e não isenta dos registros”.
Contato com OVNIs provoca efeitos biológicos nos seres humanos, segundo o relatório
Entre os efeitos biológicos que os avistamentos de OVNIs causam em seres humanos estão queimaduras, problemas cardíacos, distúrbios do sono – e até mesmo ocorrências bizarras como “abdução aparente” e “gravidez não contabilizada”. O relatório observou que muitas vezes essas lesões estão ligadas à radiação eletromagnética.
Segundo os documentos, as pessoas que tiveram qualquer tipo de contato com OVNIs foram feridas por “exposições a veículos anômalos, especialmente no ar e quando próximos”. O relatório acrescenta que houve 42 casos de arquivos médicos e 300 casos semelhantes “inéditos” em que humanos foram feridos após encontros “anômalos”.
O AATIP foi um programa secreto do Pentágono que funcionou entre 2007 e 2012 para estudar OVNIs, tendo sido delatado em 2017 pelo ex-funcionário da DIA Luis Elizondo, que participou do programa.
Vídeos de avistamentos inexplicáveis de OVNIs por militares dos EUA – investigados pelo AATIP – foram publicados pela primeira vez na época da delação, que marcou uma mudança na forma como os EUA falam sobre OVNIs – agora chamados de Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAPs).
Programa categoriza experiências paranormais
Uma parte particularmente interessante do relatório categoriza experiências paranormais. Encontros com “fantasmas, yetis, espíritos, elfos e outras entidades míticas/lendárias” são classificados como “AN3”, por exemplo. Ver um OVNI com alienígenas a bordo seria “CE3”.
Na lista constam até mesmo “círculos de culturas, combustão humana espontânea, abduções alienígenas”, entre outros eventos paranormais.
Estudos sobre tecnologias avançadas, como capas de invisibilidade e robôs controlados pela mente também fazem parte do material, que detalha pesquisas sobre comunicação com civilizações alienígenas e planos para exploração e colonização do espaço profundo.
Além disso, também foram divulgadas cartas do político Harry Reid, que foi senador dos EUA entre 1987 e 2017, por meio das quais ele solicita que o projeto seja classificado como ultrassecreto.
Reid mostra como um contrato foi concedido à Bigelow Aerospace Advanced Space Studies (BLASS) por US$12 milhões – a única empresa a participar da licitação – para estudar “ameaças avançadas de armas aeroespaciais do presente para 40 anos futuros”.
Em uma carta de 2009, o senador descreve como o programa já identificou “várias tecnologias aeroespaciais altamente sensíveis e não convencionais” que exigiam “proteção extraordinária”.
No ano passado, o Pentágono divulgou seu tão esperado relatório sobre o que sabe a respeito de uma série de misteriosos objetos voadores que têm sido observados em espaços aéreos militares nas últimas duas décadas. O relatório, divulgado no site do Escritório do Diretor de Inteligência Nacional, examinou 144 relatos de encontros com o que o governo considerou “fenômeno aéreo não identificado”.
A divulgação dos novos documentos chega quando o governo norte-americano está abrindo um novo escritório para investigar OVNIs, suas origens e, em especial, tentativas de “capturar ou explorar” esses misteriosos objetos, após uma emenda a um projeto de lei de defesa apresentado no Senado dos EUA. A unidade dedicada é chamada de Escritório de Vigilância e Resolução de Anomalias (ARSO).
Ela irá sondar se as estranhas embarcações que têm deixado os militares dos EUA inquietos são tecnologias desconhecidas da Rússia ou da China (que, com certeza, é a posição dos mais céticos) ou algo potencialmente alienígena (o que, sem dúvida, seria bem mais interessante).