O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu nesta terça-feira, 5, a discussão sobre medidas de corte de gastos, mas manteve sua posição a favor de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que concede reajustes salariais a servidores públicos do topo da carreira por tempo de serviço, o que teria um impacto bilionário nas contas públicas.

Pacheco demonstrou apoio à discussão que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem encampado para cortar gastos públicos, mas insistiu na proposta que ficou conhecida como PEC do Quinquênio, que dá aumentos salariais a cada cinco anos para esses servidores.

“O governo está discutindo a questão de corte de gastos, sobre quais seriam as iniciativas. Estamos aguardando essas diretrizes. Sou um defensor de uma política eficiente nesse ponto de limitar gastos, considero muito importante, não só do ponto de vista fiscal, mas ético. Com relação aos supersalários, é evidente que precisam ser combatidos e extintos, o que não significa que precisamos desestruturar carreiras”, disse Pacheco na saída do 2º Simpósio da Liberdade Econômica, que ocorre em Brasília.

Pacheco citou uma série de carreiras do serviço público, como juízes, procuradores e promotores do Ministério Público, auditores fiscais, delegados da Polícia Federal, policiais civis e militares, no rol de trabalhadores que merecem esse tipo de benefício.

“Há uma série de carreiras que precisam ter estruturação. Corte de gastos não pode significar que essas carreiras sejam aviltadas e que a iniciativa privada seja muito mais estimulante que a carreira pública. É essa conciliação que precisamos estabelecer, sem populismo e demagogia. Corte de gastos é importante e acabar com supersalários é importante, mas valorizar servidor público também é. Precisamos desse equilíbrio”, declarou.

O presidente do Senado disse que, “quando vierem do Executivo as medidas (de corte de gastos), terão toda atenção no Congresso”.

O governo discute uma série de medidas, que devem ser apresentadas nesta semana, para revisar gastos públicos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou uma viagem que faria à Europa nesta semana justamente para fechar esse pacote junto de Lula, da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e outros ministros de pastas correlatas e afetadas pelas medidas.