Em um aceno pelo retorno de Marta Suplicy aos quadros do PT, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), afirmou neste sábado, 16, que a atual secretária de Relações Institucionais do governo de Ricardo Nunes (MDB) “tem grande experiência por ter sido prefeita da capital” e será importante para o debate dos rumos da cidade nas eleições do ano que vem.

Padilha disse ainda que a população têm saudades de Marta na Prefeitura de São Paulo. Ela foi eleita pelo PT em 2000 ao derrotar no segundo turno Paulo Maluf (à época no PPB). O confronto terminou com 58,51% dos votos para a então petista e 41,49% para o adversário. “Quando você anda pela periferia de São Paulo, você ouve saudades da Marta”, afirmou o ministro, durante cerimônia de entrega de unidades do programa Minha Casa Minha Vida no bairro de Itaquera, na Zona Leste da capital. O evento inaugura o apoio público de Lula à campanha de Guilherme Boulos (PSOL).

A declaração de Padilha ocorre em um momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva costura uma chapa entre Boulos e Marta Suplicy para a disputa do ano que vem na capital paulista. O Estadão mostrou que deputado federal Kiko Celeguim, presidente do PT no Estado, também demonstra confiança na aliança. “Acho que essa chapa seria algo vibrante para São Paulo”, disse. O evento em Itaquera onde Padilha elogiou a ex-prefeita

Marta deixou o PT em 2015, pouco meses antes do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, e filiou-se ao MDB. Na votação decisiva que retirou Dilma da Presidência da República, Marta, então senadora, votou a favor do processo. Posteriormente, ela seguiu no cargo até fevereiro de 2019. Em 2021, tornou-se secretária do governo Ricardo Nunes.

Nunes é apontado, até o momento, como principal concorrente de Boulos na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Em 2020, o psolista foi derrotado no segundo turno por Bruno Covas (PSDB). Com a morte do então prefeito, Nunes assumiu a vaga em maio de 2021.

Mesmo que Marta Suplicy esteja com encontro marcado para conversar com Lula, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, duvida que sua secretária de Relações Internacionais aceite o pedido. “Confio na fidelidade da Marta”, disse anteriormente.

“A Marta está no governo desde o início, são três anos que trabalhamos juntos, não creio que aceite”, afirmou o prefeito ao Broadcast Político/Estadão. Para Nunes, a permanência de Marta dentro da sua gestão é uma questão de coerência “e da nossa excelente relação profissional”.