30/03/2010 - 23:03
O arcebispo de Milwaukee, Wisconsin (norte dos Estados Unidos), onde um padre foi acusado de molestar 200 crianças surdas, manifestou seu “horror” ante tais crimes, mas defendeu o Papa Bento XVI, a quem acusam de encobrir casos de pedofilia.
“Este crime, este pecado, este horror, nunca deveria ocorrer, especialmente praticado por um padre”, disse monsenhor Jerome Listecki na celebração de missa da Semana Santa Católica, durante a qual os padres renovam os compromissos assumidos em sua ordenação.
“Os que cometeram esses crimes e os que não fizeram tudo o que estava ao seu alcance para impedi-los, incluindo os bispos, vão contra tudo o que a Igreja e o sacerdócio representam”, afirmou.
Listecki reprovou as acusações contra o Papa Bento XVI, acusado de encobrir, segundo seus detratores, pelo menos três casos de padres pedófilos quando era bispo de Munique e, posteriormente, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (1981-2005).
Um dos casos se refere ao padre Lawrence Murphy, que reconheceu ter abusado sexualmente em várias ocasiões de 200 crianças surdas e com deficiência auditiva quando trabalhava na escola St John’s, no estado de Wisconsin, entre 1950 e 1974.
Uma de suas vítimas, Arthur Buzinski, disse recentemente que “o Papa estava a par do acontecido. Deveriam responsabilizá-lo”, pois foi informado do caso em 1990, quando o então cardeal Joseph Ratzinher era o guardião da ortodoxia no seio da Igreja católica.
“O Santo Padre foi firme em seu compromisso de combater e erradicar da Igreja os abusos sexuais cometidos por clérigos. Reuniu-se com as vítimas e puniu os bispos por sua falta de juízo e liderança”, garantiu Listecki.
kdz/jkb/ma