Depois de consolidar uma relação com 15% da população brasileira e alcançar uma carteira de cerca de 31 milhões de clientes, principalmente aqueles de baixa renda, o banco digital PagBank busca avançar na oferta de soluções para gestão de negócios, focadas principalmente nos micro, pequenos e médios empreendedores.

+PagBank vê origem integrada como vantagem contra absorção de maquininhas por bancos

A plataforma do banco já oferece facilidades como soluções de gestão de estoque, emissão de notas fiscais, iniciativas como o domicílio bancário, o permissionamento, o perfil aprovador e a folha de pagamentos. No entanto, na avalição da companhia, isso não é o bastante.

Em entrevista exclusiva à Istoé Dinheiro, o diretor de Relações com Investidores, Sustentabilidade e Inteligência de Mercado do PagBank, Eric Oliveira, confirmou a pretensão da companhia de oferecer novas ferramentas que complementem e auxiliem os PMEs na gestão de seus empreendimentos.

“Já temos mais de 300 parceiros que se conectam de maneira muito simples à nossa plataforma. Nosso foco, agora, é criar dutos comunicantes com empresas de softwares para permitir ao empreendedor a ter acesso à ferramentas e automações mais robustas por meio do app PagBank”, relata.

Segundo o executivo, o PagBank aprimorou sua página de internet banking pensando no empreendedor. Oliveira comenta que a companhia enxergou que a maioria dos empreendedores ainda prefere acessar os números de seus negócios por meio da página na internet.

Recentemente, uma das soluções criadas pelo banco digital foi o serviço de reconciliação de pagamentos. Por meio dessa ferramenta, o empreendedor pode ter uma visão mais clara do negócio acessando relatórios com dados reunidos pela plataforma do PagBank.

Em 2023, o Portal E-Dinheiro elegeu o PagBank como a melhor conta PJ do ano. Hoje, de acordo com a companhia, 90% das transações realizadas por meio de suas plataformas de pagamento são pagas diretamente ao vendedor em até 5 segundos.

Democratização dos produtos financeiros e acessos bancários

Em 2016, o PagBank, então com o nome de PagSeguro, iniciava sua história no mercado de serviços bancários. Antes, a empresa atuava exclusivamente como adquirente, por meio das famosas “moderninhas”, as maquininhas de pagamentos do PagSeguro.

Após um trabalho de rebranding e vislumbrando as oportunidades de mercado, em 2019 a companhia adotou o nome PagBank, pensando num melhor relacionamento e comunicação com os novos produtos financeiros a serem lançados. No ano anterior, 2018, ainda como PagSeguro, a empresa realizou seu IPO.

“Em 2016, nossa participação de mercado era de 1% em pagamentos. Hoje, em 2024, alcançamos 11% de market share e 31 milhões de clientes. Nossa estratégia foi diferente dos demais players, apostamos nos clientes de baixa renda, que não tinham acesso à produtos financeiros e, muitas vezes, nem contas bancárias. Vários de novos clientes tiveram sua primeira conta bancária com o PagBank”, conta Oliveira.

A aposta se mostrou certeira. Em toda sua história, o PagBank processou cerca de R$ 2,6 trilhões. Desse montante, ao menos R$ 1 trilhão foi processado só no ano passado. O que, na avaliação de Oliveira, mostra a robustez da empresa.

Ainda segundo o executivo, o fato da companhia ja ter nascido em uma formato digital, ajudou na expertise para o crescimento durante a pandemia, quando os acessos bancários via aplicativos e modalidades digitais cresceu substancialmente.

PagBank mira o crédito

O PagBank se prepara também para elevar seus riscos e deve apostar mais no crédito como uma das próximas fonte de crescimento da companhia.

Atualmente, o banco digital oferece modalidades de crédito de baixo ou nenhum risco, por meio da antecipação de recebíveis. Quando um vendedor que utiliza uma maquininha de pagamentos do PagBank realiza uma venda, ele pode receber de forma imediata, numa forma de adiantamento do banco. Os juros são baixos, garantem capital para o empreendedor de forma quase instantânea e a empresa lucra com o rendimento do valor que só seria recebido pelo vendedor após um determinado período.

Oliveira confirma o redirecionamento estratégico do banco digital e anuncia: “a antecipação dos recebíveis cobria uma lacuna pela ausência de outras linhas de crédito. Porém, dado o cenário econômico positivo, a queda contínua das taxas de juros e a inflexão na inadimplência, estamos explorando produtos de crédito de baixo risco como, por exemplo, consignados e saque-aniversário do FGTS”, afirma.

Ainda para o diretor, esse é o caminho natural para a companhia que se mostrou conservadora nos últimos anos, buscando uma consolidação de seus números no menor risco possível.

“É questão de quando vai acontecer, e não se vai acontecer. Deveremos [ter], num prazo ainda a ser definido, um portfólio de crédito mais amplo, com produtos de maior risco, talvez [empréstimo] para capital de giro, cartões de crédito sem garantia, um limite especial. É um caminho natural de um banco que vem crescendo ano a ano e se consolidando cada vez mais no mercado”, argumenta.

“Nao há nada mais capitalista do que práticas sustentáveis”

A frase acima, mencionada por Oliveira, do PagBank, durante entrevista à Istoé Dinheiro, explana que, para a empresa, não há como separar o lucro da sustentabilidade. E quando falamos de sustentabilidade, incluímos aí o ESG.

Para o executivo, a sustentabilidade está intrínseca ao desenvolvimento do próprio capitalismo.

“Iniciativas sustentáveis não significam abraçar árvores, mas definir parâmetros que vão afetar positivamente a sociedade, os clientes, os fornecedores, reguladores, investidores e que, por consequência, vão aumentar a longevidade da companhia, onde o objetivo é o lucro”, diz Oliveira.

Uma das medidas adotadas pelo PagBank é o compromisso de investir de forma responsável, combater a lavagem a dinheiro, oferecer segurança operacional e cibernética aos clientes, medida essas que, na avaliação da empresa, não só corroboram com as estratégias sustentáveis, mas aumentam os resultados e conversões de clientes.

Ainda segundo o diretor, a companhia tem se preocupado e trabalhado constantemente suas avaliações em portais como o Reclame Aqui. Nas últimas semanas, o portal que reúne reclamações de clientes condecorou o PagBank com nota RA1000, o que representa excelência no atendimento ao cliente.

“Para nós, não existe dissociação entre sustentabilidade e capitalismo. O entendimento é de que um complementa o outro e ambos, unidos, alavancam os resultados”, comenta.

Além da preocupação no atendimento ao cliente, o PagBank propaga a diversidade em seu quadro. Metade do conselho de administração do banco digital é composto por mulheres. A empresa também realiza, periodicamente, programas de estágio para pessoas em situação de vulnerabilidade social, sem falar no programa “Elas Tech”, que fomenta o público feminino a ocupar vagas em tecnologia, um setor que ainda é predominantemente formado por homens.

A educação financeira por meio da plataforma bancária também faz parte do pilar de sustentabilidade da companhia.

“Nesse momento, temos discutido uma forma estruturante de conseguir precificar esse impacto financeiro em iniciativas ESG, mas isso está em desenvolvimento. Na minha opinião, a maior contribuição do PagBank para a sociedade é a inclusão e a democratização no acesso da população em geral a produtos financeiros”, complementa.