O mercado de turismo sofreu um duro revés em 2023 com a recuperação judicial da 123 Milhas. A quebra da plataforma deixou milhares de clientes sem amparo e levantou uma questão: é seguro viajar com milhas? 

A Pagol, fintech criada em parceria com a Gol, foi fundada em novembro de 2022 e quer acabar com essa desconfiança, possibilitando a compra e venda de milhas dentro do ambiente do programa de fidelidade Smiles. 

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“Por conta da minha experiência de anos com a Smiles, eu percebi o que os clientes precisavam. Juntando isso com a possibilidade que o Banco Central deu quando reduziu as barreiras de entrada para as empresas de finanças, a empresa surgiu”, explicou Roger Ravel, CEO da empresa. 

Pagamento no débito, boletos e dinheiro na conta geram milhas

Milhas no cartão de crédito não é uma novidade para o público brasileiro. Diversos bancos e bandeiras já disponibilizam essa conversão. O diferencial da ‘fintravel’, como gosta de chamar Ravel, é que tudo o que o cliente fizer dentro da plataforma vai gerar milhas para ele. 

“A plataforma vai entregar o spread bancário em forma de milhas. O dinheiro que o cliente deixar na conta, os boletos que ele pagar e os pagamentos no cartão de débito vão virar milhas para ele. Se o usuário for um viajante regular, ele vai ver que faz sentido abrir e manter uma conta na Pagol”, explica. 

A criação de conta regular é gratuita, mas há recompensas melhores para quem assinar o programa pago, por R$39,90 por mês. Ravel afirma que, um cliente que guarde R$ 1 mil em média e pegue suas contas via plataforma consegue realizar uma viagem por ano. 

Conversão e compra de milhas pode ser feita de forma mais segura

O problema com a 123 Milhas acendeu o sinal vermelho para muita gente que vendia e comprava milhas para viajar pagando passagens com desconto. A fintech quer mostrar que, com a relação direta com a Gol e com o programa fidelidade da companhia aérea, o consumidor pode fazer a compra e a venda de milhas de forma mais segura. Dentre os produtos da plataforma estão a conversão de milhas por dinheiro e a compra de milhas pelo cliente. 

“Toda a indústria sentiu essa dificuldade. Mas no nosso caso, não houve nenhuma mudança nos planos. Nós não pedimos email nem senha para efetuar a venda das milhas, já que a nossa integração com o sistema da smiles é total e direto. Essa crise teve até um ponto positivo para nós, pois o cliente que precisa vender milhas ficou sem tantas opções. Ele entra no aplicativo e resolve a vida dele”, acredita.