30/06/2001 - 7:00
Aos 73 anos, o ex-banqueiro Assis Paim Cunha, que foi à lona em 1983 com seu grupo Coroa-Brastel, está prestes a tornar-se rico outra vez. Atualmente com os bolsos vazios, ele vai embolsar R$ 15 milhões pela venda de um terreno para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Com esse dinheiro, Paim poderia passar uma borracha no passado de ?falido?, como ele gosta de se intitular, e viver tranqüilamente em Paris, Mônaco ou Nova York ? projeto defendido por sua mulher. Mas ele tem outros planos. Quer voltar a trabalhar, como vendedor. Seu primeiro projeto é entrar como
sócio na concessionária Volkswagen de seu filho, na região
serrana do Rio, que hoje enfrenta dificuldades. ?Voltarei para
trás de um balcão?, conta, com um brilho nos olhos.
?Um homem na minha idade não pode parar de trabalhar. É o que
me mantém vivo?, diz hoje Paim, a quem lhe pergunta sobre seus planos. Gastos com carros novos, mansões e iates estão fora de cogitação. ?Quero viver com dignidade, não vou me tornar um playboy que esbanja dinheiro por aí?, diz. Saudosista, ele tem na mira um único imóvel, o casarão que possuía em São Conrado, na estrada do Joá, uma das áreas mais nobres da cidade. O imóvel, avaliado em R$ 600 mil, foi entregue como pagamento de uma
dívida. Paim quer comprá-lo de volta. Poderá, então, deixar
a casa da filha, onde mora de favor há um ano.
A boa vontade de amigos foi decisiva para o ex-banqueiro, depois da estrondosa falência. Um deles paga o aluguel de um apertado escritório, no centro do Rio, onde Paim despacha (lá, as paredes estão sujas e o carpete descola do chão). Para essa boa alma, ele deve R$ 200 mil. Em IPTU, deve outros R$ 500 mil. ?Quitando os impostos, regularizo outros imóveis e poderei vendê-los?, festeja. Além do terreno na Barra da Tijuca, ele tem outras três áreas que foram invadidas e estão sub judice ? um loteamento em Nova Iguaçu, outro em Campo Grande (MS) e o último em Barra do Garça (MT). Juntos, valem R$ 6,4 milhões.
Paim chegou a ser um dos homens mais ricos e influentes do Brasil, dono de um império que faturava US$ 1 bilhão por ano. Seu império ruiu sob intervenção do Banco Central, que decretou liquidação extrajudicial do grupo Coroa-Brastel em 1983. O processo foi concluído no começo deste ano, e Paim saiu dele com R$ 100 mil. Desde a falência ele move uma ação contra o BC. Tenta provar que a intervenção foi motivada apenas por pressão política de seus inimigos ? o então ministro do Planejamento, Delfim Netto, o ministro da Fazenda, Ernane Galvêas, e o presidente do BC, Carlos Langoni. A vida de Paim pode ser contada nas 6,1 mil páginas do processo de falência de seu grupo. É esse o trabalho ao qual vai se dedicar com mais afinco. ?Só vou sossegar quando limpar meu nome?, diz.
Aos 73 anos, o ex-banqueiro Assis Paim Cunha, que foi à lona em 1983 com seu grupo Coroa-Brastel, está prestes a tornar-se rico outra vez. Atualmente com os bolsos vazios, ele vai embolsar R$ 15 milhões pela venda de um terreno para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Com esse dinheiro, Paim poderia passar uma borracha no passado de ?falido?, como ele gosta de se intitular, e viver tranqüilamente em Paris, Mônaco ou Nova York ? projeto defendido por sua mulher. Mas ele tem outros planos. Quer voltar a trabalhar, como vendedor. Seu primeiro projeto é entrar como
sócio na concessionária Volkswagen de seu filho, na região
serrana do Rio, que hoje enfrenta dificuldades. ?Voltarei para
trás de um balcão?, conta, com um brilho nos olhos.
?Um homem na minha idade não pode parar de trabalhar. É o que
me mantém vivo?, diz hoje Paim, a quem lhe pergunta sobre seus planos. Gastos com carros novos, mansões e iates estão fora de cogitação. ?Quero viver com dignidade, não vou me tornar um playboy que esbanja dinheiro por aí?, diz. Saudosista, ele tem na mira um único imóvel, o casarão que possuía em São Conrado, na estrada do Joá, uma das áreas mais nobres da cidade. O imóvel, avaliado em R$ 600 mil, foi entregue como pagamento de uma
dívida. Paim quer comprá-lo de volta. Poderá, então, deixar
a casa da filha, onde mora de favor há um ano.
A boa vontade de amigos foi decisiva para o ex-banqueiro, depois da estrondosa falência. Um deles paga o aluguel de um apertado escritório, no centro do Rio, onde Paim despacha (lá, as paredes estão sujas e o carpete descola do chão). Para essa boa alma, ele deve R$ 200 mil. Em IPTU, deve outros R$ 500 mil. ?Quitando os impostos, regularizo outros imóveis e poderei vendê-los?, festeja. Além do terreno na Barra da Tijuca, ele tem outras três áreas que foram invadidas e estão sub judice ? um loteamento em Nova Iguaçu, outro em Campo Grande (MS) e o último em Barra do Garça (MT). Juntos, valem R$ 6,4 milhões.
Paim chegou a ser um dos homens mais ricos e influentes do Brasil, dono de um império que faturava US$ 1 bilhão por ano. Seu império ruiu sob intervenção do Banco Central, que decretou liquidação extrajudicial do grupo Coroa-Brastel em 1983. O processo foi concluído no começo deste ano, e Paim saiu dele com R$ 100 mil. Desde a falência ele move uma ação contra o BC. Tenta provar que a intervenção foi motivada apenas por pressão política de seus inimigos ? o então ministro do Planejamento, Delfim Netto, o ministro da Fazenda, Ernane Galvêas, e o presidente do BC, Carlos Langoni. A vida de Paim pode ser contada nas 6,1 mil páginas do processo de falência de seu grupo. É esse o trabalho ao qual vai se dedicar com mais afinco. ?Só vou sossegar quando limpar meu nome?, diz.