18/05/2016 - 15:13
Os ministros e representantes de cerca de 40 países africanos, reunidos nesta quarta-feira em Roma, ofereceram o seu apoio aos esforços da Itália para conter o fluxo de migrantes para a Europa e estabilizar a Líbia, rota para muitos deles.
A pacificação e estabilização da Líbia, de onde parte a grande maioria dos migrantes irregulares que chegam às costas italianas, é uma das prioridades do governo italiano, que tem desenvolvido um plano abrangente para gerenciar o fluxo de migrantes da África subsaariana.
“A situação na Líbia merece a nossa atenção. Este país também está se tornando um refúgio para terroristas”, disse o ministro das Relações Exteriores do Chade, Moussa Faki Mahamat, cujo país detém a presidência rotativa da União Africana (UA).
O ministro fez essas declarações durante a abertura da primeira Conferência Itália-África, realizada na sede do Ministério das Relações Exteriores da Itália.
“Damos boas-vindas ao governo de unidade nacional na Líbia”, declarou Mahamat.
“Saudamos também as decisões corajosas tomadas em Viena”, acrescentou o chefe da diplomacia do Chade, referindo-se à decisão tomada na segunda-feira na capital austríaca pelas grandes potências e países vizinhos da Líbia para apoiar a criação de um governo de unidade nacional neste país.
A Itália também considera fundamental investir através de empréstimos europeus em projetos de desenvolvimento e cooperação para ajudar os países mais afetados pela crise migratória.
Esse plano, chamado de “Migration Compact”, é “consenso” dentro da União Europeia (UE) e “muitas vozes africanas o apoiam”, garantiu o ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni.
A Itália espera que na cúpula da UE a ser realizada em junho, sejam tomar decisões concretas para promover “projetos específicos em sete a oito países africanos mais afetados pela migração”, afirmou o chanceler.
“Acreditamos que um grande pacto euro-africano, com grandes investimentos – porque o 1,8 bilhão prometido recentemente é muito pouco”, ressaltou à AFP o vice-ministro italiano Mario Giro, responsável pelas questões africanas.
A UE criou em novembro passado em Malta um fundo de 1,8 bilhão de euros para ajudar a África a combater as causas da migração, mas a Itália considera que este plano deve ser mais consistente.
O primeiro-ministro italiano Matteo Renzi e a chanceler alemã Angela Merkel estimam serem necessários investimentos estruturais no valor de 10 bilhões de euros em pelo menos sete países africanos.
A cúpula Itália-África será organizada a cada dois anos e deve permitir traçar políticas conjuntas sobre os fluxos de migração legal, a chave para alguns países que dependem de remessas, e alcançar uma troca que exclui a ideia de uma Europa blindado.
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