Os Países Baixos inauguram nesta quarta-feira (27) o maior túnel da Europa para cápsulas de transporte hyperloop, construído para testar esta tecnologia com o objetivo de que um dia seja possível viajar de Amesterdã a Barcelona em apenas algumas horas.

A estrutura branca em formato de Y, com 420 metros de extensão, composta por 34 tubos interligados com cerca de 2,5 metros de largura, está localizada em uma estação ferroviária desativada perto de Veendam, no norte do país.

A tecnologia Hyperloop, um conceito de trem de levitação magnética muito rápido, envolve a circulação de cápsulas pressurizadas presas por ímãs a um tubo de baixa pressão, e registra velocidades que podem chegar a 1.000 km/h.

Após 12 anos de pesquisas, este meio de transporte futurista, apresentado pelo empresário Elon Musk em 2012, tenta se tornar realidade, enquanto inúmeras empresas continuam trabalhando no tema.

O centro europeu de hyperloop localizado nos Países Baixos é a única instalação no mundo que possui uma “mudança de via”, um tubo que se separa da pista principal para testar o que acontece quando uma cápsula muda de trajetória em alta velocidade.

Esta bifurcação é “necessária para criar uma rede”, com uma parte da infraestrutura que vai “para Paris, por exemplo, e outra, a Berlim”, explica à AFP o diretor do centro, Sascha Lamme, que projeta uma rede de 10 mil quilômetros de tubos hyperloop atravessando a Europa até 2050.

“Se você observar como as rodovias se desenvolveram ao longo do tempo, fica evidente que a evolução é exponencial quando a tecnologia está pronta. Criamos algo muito evoluído. Pode ir muito rápido, por isso deveria ser possível entrar em uma estação em Amesterdã e chegar a uma cidade como Barcelona em duas horas”, afirma Lamme. “É como voar, mas sem complicações”, acrescenta.

A empresa holandesa Hardt Hyperloop planeja realizar os primeiros testes com as cápsulas rápidas nas próximas semanas, e o centro está aberto a empresas que desenvolvam qualquer aspecto da tecnologia hyperloop.

Segundo o diretor de tecnologia e engenharia da companhia, Marinus Van der Meijs, esta tecnologia exige menos espaço, uma vez que “os tubos podem ser facilmente colocados no subsolo ou no alto”, e a sensação de aceleração não deve ser muito diferente da de um trem de alta velocidade. É também uma opção mais viável em termos do consumo de energia, muito menor do que outros meios de transporte, enfatiza o dirigente.

Contudo, os cientistas afirmam que os testes com passageiros ainda estão longe, sendo possíveis apenas em 2030, de acordo com Lemme.

Elon Musk apresentou a ideia de que um tubo hyperloop poderia conectar San Francisco a Los Angeles em cerca de 30 minutos, em comparação com o tempo de viagem atual de até seis horas de carro ou uma hora de avião.

Desde então, várias cidades em todo o mundo empreenderam projetos de pesquisa milionários, mas nenhuma linha operacional foi criada até o momento.