Os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) vão manifestar nesta terça-feira, dia 24, apoio à candidatura brasileira para sediar a Cúpula do Clima (COP-30) das Nações Unidas, na Amazônia. O gesto foi negociado pelo Itamaraty e consta no rascunho da Declaração de Buenos Aires, uma carta que será adotada entre os países-membros.

No texto da declaração os representantes dos países vão dizer que saúdam a candidatura brasileira, um indicativo de apoio em futuras votações no âmbito das Nações Unidas, conforme diplomatas a par das negociações.

+Uruguai propõe à Celac criar área de livre-comércio na região

A COP-30 ocorrerá em 2025. A sede da conferência será escolhida neste ano, durante realização da COP-28, em dezembro, nos Emirados Árabes.

A 7ª Cúpula da Celac, realizada na capital da Argentina, reúne representantes, como chefes de Estado e de governo, ministros e chanceleres, de 33 países latino-americanos e caribenhos. A edição marca o retorno do Brasil ao mecanismo de coordenação multilateral, do qual saíra no governo Jair Bolsonaro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou a proposta de uma conferência climática amazônica antes mesmo de assumir o atual mandato. Já no poder, formalizou Belém (PA) como cidade-sede, em 12 de janeiro. Antes, Lula vai convocar uma Cúpula dos Países Amazônicos.

Conforme diplomatas, o Brasil manifestou o pedido de apoio a sua candidatura às demais nações da Celac para também verificar se havia outros interessados, entre os vizinhos e entorno, em sediar a COP-30.

“O apoio que estamos recebendo dos países da CELAC é indispensável para que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, o potencial do desenvolvimento sustentável e da economia verde, além, é claro, da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima”, disse Lula, em discurso na abertura do encontro em Buenos Aires.

Durante o governo Jair Bolsonaro, o Brasil desistiu de receber a COP-25, em 2019. O Chile assumiu a organização, mas ela foi transferida para Madri, na Espanha, por causa de protestos sociais que causavam insegurança no país andino. Outros países como Colômbia e Costa Rica também assumiram mais posições de protagonismo nas discussões climáticas, no vácuo deixado por Bolsonaro.

Em declaração conjunta após reunião bilateral entre Lula e Alberto Fernández, o Brasil havia conseguido apoio da Argentina à realização da COP-30 em Belém.