O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve sua projeção para o crescimento de economias emergentes e em desenvolvimento neste ano, mas rebaixou a previsão de 2024, afirmando que o crescimento das regiões deve permanecer estável até 2025. A análise consta no relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), publicado nesta terça-feira, 10.

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Segundo o FMI, o Produto Interno Bruto (PIB) das economias emergentes e em desenvolvimento será de 4,0% em 2023, conforme estimativa anterior, e permanecerá neste nível em 2024, uma queda de 0,1 ponto porcentual em relação à projeção de 4,1% do relatório de julho. “Uma leve aceleração no crescimento só acontecerá a partir de 2025 e terá diferenças entre as regiões”, enfatiza o documento. Entre os países em destaque, o relatório aumentou expectativa para o crescimento da Índia, de 6,1% a 6,3% em 2023, e do México, de 2,6% a 3,2%.

O FMI nota que a atividade econômica global atingiu seu ponto mais baixo no ano passado, porém, uma recuperação aos níveis pré-pandemia “parece cada vez mais fora de alcance”, especialmente em mercados emergentes. O relatório destaca que, os países de baixa renda, sobretudo, estão enfrentando perdas na produção, juros elevados e depreciação das moedas locais. “Isso colocou mais da metade dos países de baixa renda em alto risco de estresse ou já em situação de estresse financeiro”, reiterou o órgão.

Além disso, o FMI alerta para os riscos ao processo de relaxamento monetário em algumas economias emergentes, incluindo Brasil, devido ao cenário global. O órgão lembra que o “perigo” estaria em uma valorização ainda maior do dólar, saída de capital, aumento dos custos de empréstimo e estresse da dívida local.

Sobre o mercado de trabalho, o FMI espera que os níveis de emprego e participação continuem abaixo das tendência pré-pandemia em economias emergentes, refletindo as perdas severas na produção e a proteção social mais fraca. Já quanto à situação fiscal, o relatório projeta que a instância seja neutra, seguindo o processo de consolidação em 2024, assim como o de governos em economias desenvolvidas.