Um grupo de países ricos prometeu à Indonésia um fundo de 20 bilhões de dólares para ajudar a reduzir a dependência do carvão deste país organizador da atual cúpula do G20, disse a Casa Branca nesta terça-feira(15).

Estados Unidos, Japão, Canadá e seis países europeus assinaram um acordo com Jacarta durante a cúpula do G20 em Bali para garantir uma “transição justa do setor de energia” em uma economia fortemente dependente do carvão, disse um comunicado divulgado pela Casa Branca.

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Sob este acordo, a Indonésia, o terceiro maior país de floresta tropical do mundo, prometeu alcançar a neutralidade de carbono até 2050, dez anos antes do previsto, e quase dobrar sua geração de energia renovável até 2030.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, saudou o pacto como um modelo que pode ser replicado em outros países para alcançar os objetivos da luta contra as mudanças climáticas.

“A Indonésia está comprometida em usar nossa transição energética para alcançar uma economia verde e impulsionar o desenvolvimento sustentável”, disse Widodo, citado no comunicado dos EUA.

Os patrocinadores do acordo disseram que a Indonésia, com uma das maiores reservas de carvão do mundo, se comprometeu com uma grande mudança para energia limpa em troca desse financiamento ser distribuído nos próximos três a cinco anos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou a “enorme liderança” da Indonésia ao selar este acordo.

“As novas metas e objetivos acelerados que se seguiram demonstram como os países podem reduzir drasticamente as emissões e aumentar suas energias renováveis, ao mesmo tempo em que se comprometem a criar empregos de qualidade e proteger o modo de vida de suas comunidades”, acrescentou.

A Indonésia questionou os termos de um acordo de 2021 para acabar com o desmatamento até 2030 assinado por uma centena de países, incluindo este arquipélago do Sudeste Asiático, porque entendeu que isso poderia prejudicar seu próprio desenvolvimento econômico.

A doação anunciada nesta terça-feira faz parte de uma série de projetos anunciados sob a égide de uma aliança de investimentos em infraestrutura de países desenvolvidos que busca contra-atacar o plano do Cinturão e Rota da China.

Essa aliança prometeu fundos para projetos de transformação digital no Pacífico, investimentos em mineração sustentável de níquel e cobalto no Brasil e financiamento para usinas solares em Honduras.