Uma quadrilha de palmiteiros invadiu o Parque Estadual do Jurupará,  em Ibiúna, interior de São Paulo, e derrubou mais de mil palmeiras da  espécie juçara para retirar o palmito. Um dos integrantes do bando foi  preso neste domingo, 10, pela Polícia Ambiental de Sorocaba. Uma  caminhoneta e 941 unidades de palmito in natura foram apreendidas.

Cada  unidade equivale a uma palmeira derrubada, mas a polícia acredita que  um número maior de plantas foi cortado, pois os palmitos mais finos são  deixados para trás. Depois de cortada, a palmeira não rebrota. A Polícia  Ambiental recebeu denúncia sobre a ação dos palmiteiros no interior da  reserva de 26,2 hectares cobertos pela Mata Atlântica e foi para a área  na tarde de sábado, 9. O comandante da 3ª Companhia de Sorocaba, capitão  Guilherme d’Artagnan de Carvalho, dirigiu pessoalmente a ação, que  durou mais de 20 horas.

A chuva dificultou o avanço da  equipe pelas trilhas e estradas de terra do parque, com trechos  alagados. Na madrugada de domingo, os policiais se depararam com dois  homens carregando a caminhoneta com feixes de palmito cortado. Um deles  conseguiu fugir. O outro recebeu voz de prisão e foi levado à delegacia  da Polícia Civil de Piedade.

Ele foi autuado por crime  ambiental e multado em R$ 564,6 mil. De acordo com a polícia,  provavelmente os homens tinham montado um acampamento no interior da  reserva e agiam durante a noite, quando a vigilância é menor.

O  dono do veículo será ouvido e a polícia trabalha para identificar  outros integrantes da quadrilha. O parque integra o conjunto de reservas  da Mata Atlântica paulista, considerada Reserva da Biosfera pela  Unesco. A palmeira juçara é considera árvore símbolo dessa floresta e  está na base da cadeia alimentar de espécies de aves e mamíferos  ameaçadas de extinção.