18/01/2022 - 10:50
A pandemia causada pelo coronavírus gerou impactos negativos na saúde mesmo entre quem não contraiu a Covid-19. Para enfrentar os meses de isolamento social, as pessoas aumentaram o consumo de bebidas alcoólicas e reduziram as atividades físicas, o que elevou a taxa de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
Segundo o relatório Doenças Crônicas e Seus Fatores de Risco e Proteção, publicado pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, a obesidade tem se tornado cada vez mais prevalente nas capitais brasileiras. Em 2020, foram registrados 21,5% dos adultos com obesidade, contra 20,3% em 2019. Manaus (24,9%), Cuiabá (24%) e Rio de Janeiro (23,8%) lideram a incidência de obesidade nas capitais.
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“As tendências de obesidade chamam atenção, especialmente porque, até 2011, nenhuma capital tinha uma prevalência de obesidade acima de 20%, enquanto em 2020 o Vigitel levantou 16 capitais acima dessa marca”, aponta o estudo.
A alteração no padrão de vida e de consumo durante a pandemia foi determinante ao agravamento de doenças. No entanto, a desigualdade social brasileira também é fator determinante na equação.
Em 2020, mais da metade dos domicílios tinham insegurança alimentar: 55,2%. Além disso, 9% conviveram com a fome, que chega a 12% nas áreas rurais e 22,1% entre os desempregados.
Entre a população de menor renda e menor escolarização, a chance de adquirir hipertensão e diabetes é o dobro de quem teve acesso à educação formal integral. Contudo, a prevalência de hipertensão arterial e diabetes seguiu relativamente estável ao atingir 25,2% e 82,%, respectivamente, entre os adultos nas capitais.
O relatório termina com a ênfase na atenção primária à saúde, que preza pela prevenção, qualidade de vida e um cuidado da população em detrimento do tratamento específico de doenças.
“Para reduzir a morbidade e a mortalidade por DCNTs, é preciso ampliar a quantidade e a qualidade da Atenção Primária. Na contramão dessa prioridade, a proposta orçamentária enviada pelo Ministério da Saúde ao Congresso Nacional não mostra um aumento relevante de orçamento para a atenção primária e apresenta o menor patamar de investimentos dos últimos anos”.