26/05/2004 - 7:00
Digamos que a sua empresa foi comprada por uma multinacional. O negócio lhe rendeu US$ 55 milhões. O que você faz? Alternativa A: procura algo novo para investir. Alternativa B: vai viver de renda. Alternativa C: compra a companhia de volta. O empresário Nelson Cury escolheu a última opção. Cinco anos depois de ter passado a sua Panex para as mãos da Newell Rubbermaid, potência americana de US$ 7 bilhões anuais, ele acaba de assumir o controle da companhia novamente. A Panex é a maior fabricante de panelas do Brasil. Dona das marcas Penedo, Rochedo e Clock, tem 30% do mercado. E o novo-velho dono, que não dá entrevistas, já está trabalhando duro: na semana passada foi à China buscar panelas mais baratas. A nova Panex agora vai importar para ser mais competitiva.
?Os americanos não tinham jogo de cintura?, diz Júlio Baldin, diretor de operações da empresa. Cancelamento de compras e prorrogação de prazos para quitação de faturas eram vistos como heresias. Eles também diversificaram demais a produção, incluindo brinquedos nas linhas de São Bernardo do Campo (SP). As vendas cresceram (veja o quadro), mas eles acabaram desistindo do negócio, seguindo as diretrizes de um processo de reestruturação mundial. ?Nossas vendas cresceram 30% de janeiro para cá?, informa Renato Carvalho, diretor comercial da companhia.
