10/02/2016 - 12:43
O papa Francisco pediu a mil confessores procedentes de todas as partes do mundo que devolvam as rédeas às ovelhas desgarradas da Igreja católica, já que muitos se afastaram da instituição por suas mensagens de condenação muito severas.
A partir desta quarta-feira e durante todo o ano santo que termina em novembro, estes “missionários da misericórdia”, um total de 1.142 padres e religiosos em todo o mundo, terão que combinar suas tarefas habituais com a de pregar o perdão e confessar os fiéis.
Para isto, eles têm a autorização de absolver pecados como a apostasia, a profanação da eucaristia ou os ataques contra o papa, algo que normalmente só pode ser feito pelo Vaticano. Também poderão absolver o pecado do aborto, algo que alguns padres já estavam habilitados a fazer.
“É um símbolo muito potente”, afirmou Marcello Ghirlando, um franciscano de Malta, de 53 anos, com um grande sorriso.
“Deus sempre nos perdoa se seguimos até ele com o coração limpo e arrependido”, disse.
“Não é que vamos falar ‘o aborto é genial, todo mundo tem que fazer’. Matar uma pessoa humana continua sendo um pecado, mas tentamos ser misericordiosos e compassivos e estendemos a mão aos que se afastaram por causa do aborto”, explica Thembalethu Mana, padre sul-africano de 39 anos.
O objetivo do papa é acabar com os confessores extremamente severos que condenam os fiéis com um olhar ou, às vezes, fazem perguntas indiscretas.
“Vocês estão convocados a expressar a maternidade da Igreja”, explicou Francisco na terça-feira, ao receber quase 700 confessores, que iniciarão oficialmente sua missão na Quarta-Feira de Cinzas, dia que marca o início do período da Quaresma.