Por Philip Pullella

CIDADE DO VATICANO (Reuters) – O papa Francisco emitiu um pedido histórico de desculpas aos povos indígenas canadenses, nesta sexta-feira, pelo papel da Igreja Católica em colégios internos que buscavam apagar suas culturas e onde muitas crianças sofreram abusos e foram enterradas em covas anônimas.

Francisco, em um discurso a líderes nativos canadenses após reuniões com delegados de vários povos indígenas, também disse que espera visitar o Canadá em julho.

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Um dos líderes, que quer que o papa faça o pedido de desculpas diretamente às suas comunidades em terras nativas no Canadá, chamou as palavras do papa de “históricas”, e outro disse que elas refletem “inteiramente” sua mensagem para ele.

“Pelo comportamento deplorável desses membros da Igreja Católica, peço perdão a Deus e gostaria de dizer a vocês do fundo do meu coração que sinto muito”, disse ele, falando em italiano.

“Eu me junto aos meus irmãos bispos canadenses pedindo desculpas”, afirmou ele. Seu discurso na Sala Clementina com afrescos do Vaticano foi precedido por orações de líder indígena em línguas nativas pedindo ao “grande espírito” que abençoasse todos os presentes.

“As palavras do papa hoje foram certamente históricas. Elas foram necessárias e eu as aprecio profundamente”, disse Cassidy Caron, presidente do Conselho Nacional Métis e chefe de uma das delegações indígenas.

“Agora estou ansioso pela visita do papa ao Canadá.”

Cerca de 150.000 crianças foram retiradas de suas casas. Muitas foram submetidas a abuso, estupro e desnutrição no que a Comissão da Verdade e Reconciliação em 2015 chamou de “genocídio cultural”.

O objetivo declarado dos internatos, que funcionaram entre 1831 e 1996, era integrar as crianças indígenas. Os locais eram administrados por denominações cristãs em nome do governo, a maioria pela Igreja Católica.

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