10/09/2019 - 9:26
O ministro paquistanês das Relações Exteriores pediu nesta terça-feira ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que investigue a situação na Caxemira indiana por medo de que aconteça um “genocídio”.
“A população de Jammu e Caxemira ocupada pela Índia teme o pior. Tenho medo de pronunciar a palavra genocídio aqui, mas devo fazer”, declarou o ministro paquistanês Shah Mehmood Qureshi.
“As cidades, as montanhas, as estepes e os vales abandonados de Jammu e Caxemira recordam Ruanda, Srebrenica, os rohingyas, o pogrom de Gujarat. Está a ponto de acontecer uma catástrofe”, disse.
O chanceler paquistanês se uniu aos apelos do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos por uma investigação internacional.
“Seria necessário adotar medidas para levar à justiça os autores das violações dos direitos humanos e para criar, portanto, uma comissão internacional de investigação”, disse.
Desde a independência da colônia britânica em 1947, a Caxemira está dividida entre Índia e Paquistão, duas potências nucleares que travam uma disputa há décadas.
A tensão entre os dois países aumentou em agosto, quando o governo indiano revogou o estatuto de autonomia da região himalaia de Jammu e Caxemira.
Desde 2018, o Alto Comissariado para os Direitos Humanos solicitou diversas vezes ao Conselho dos Direitos Humanos a criação de uma comissão de investigação internacional. Este tipo de investigação é reservada para grandes crises, como o conflito sírio, e deve ser decidida em conjunto pelos 47 Estados membros do Conselho.