Para 89% dos brasileiros, o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos nacionais vai prejudicar a economia do País. Foi o que concluiu pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 31.

Desse total, cerca de 66% dos entrevistados acredita que o tarifaço vai prejudicar muito a economia. Para 23%, haverá efeito negativo, mas diminuto, enquanto outros 7% avaliam que a medida não trará quaisquer impactos negativos ao Brasil.

Entre eleitores do presidente Lula, 87% acham que o tarifaço será negativo para o Brasil. Já entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, essa proporção é de 92%.

O Datafolha também questionou a avaliação dos ouvidos sobre o impacto em suas finanças pessoais. Para 77%, o tarifaço será negativo para sua situação econômica pessoal. Desses, 43% anteveem um impacto alto, 34% um impacto baixo e 19% avaliam que não haverá prejuízo.

Entre os respondentes da pesquisa, 72% acreditam que o governo Lula deveria negociar com os EUA para convencer os americanos a mudar de ideia sobre o tarifaço. Já para 15%, a resposta do Brasil deveria ser taxar igualmente os produtos vindos do mercado americano.

Para 6% do público pesquisado, todas as condições exigidas pela Casa Branca deveriam ser atendidas, índice que sobe para 13% entre eleitores de Bolsonaro e cai para 1% entre apoiadores de Lula.

O levantamento foi realizado presencialmente. Foram consultadas 2.004 pessoas, com idade maior ou igual a 16 anos em 130 municípios do Brasil entre os dias 29 e 30 de julho – antes da publicação do decreto que oficializou as tarifas e retirou cerca de 700 produtos das sobretaxas. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais.

Parceiros econômicos

O Datafolha também questionou a visão dos brasileiros sobre os parceiros econômicos do País. Entre os parceiros que o Brasil “pode confiar muito”, 23% respondeu China, seguido de Estados Unidos (19%), União Europeia (18%) e nações do Mercosul (17%).

Para 56% dos entrevistados, o Brasil pode confiar “um pouco” nos países da União Europeia.Para países do Mercosul a proporção é de 55%, acima da observada na China (43%) e nos EUA (32%).

Entre os parceiros que o Brasil “não pode confiar”, os EUA ficaram em primeiro (46%), seguido de China (29%); União Europeia (19%) e Mercosul (23%).