28/11/2012 - 21:00
Pular sete ondas, comer romã, guardar sementes de uva e passar a meia-noite vestindo amarelo. Essas são apenas algumas das crendices populares, feitas normalmente na virada do ano, para garantir 12 meses de prosperidade e muito dinheiro no bolso. Seria fácil se fosse simples assim. No entanto, no mundo dos investimentos é preciso muito mais do que simpatias e promessas para conquistar bons retornos. Mais do que saber o que fazer, é importante saber o que não fazer. Conheça os sete erros que os investidores devem evitar em 2013, segundo três especialistas ouvidos por DINHEIRO: Maurício Pedroza, sócio da Queluz Gestora de Recursos, Raphael Cordeiro, sócio da Inva Capital, e Ricardo Torres, professor da BBS Business School e diretor da Norfolks Advisory.
Qualquer que seja o cenário, o investidor deve preservar a liquidez das suas aplicações
1. Olhar retornos passados
Existe uma tendência de os investidores serem atraídos por modalidades que deram bons resultados no ano anterior. “O investidor crê que o sucesso recente vai se repetir sempre”, afirma Pedroza. Os fundos imobiliários, por exemplo, devem ser vistos com cautela, em 2013, diz Cordeiro. “Eles renderam 40% em 2012, mas não vão repetir o mesmo desempenho e podem ser um dos piores investimentos em 2013”, diz Cordeiro.
2. Manter-se na zona de conforto
Com a taxa Selic em mínimas históricas, acabou a festa de o investidor colocar o dinheiro na renda fixa do banco e ver o juro trabalhar para ele. O novo cenário forçará o aplicador a rever as possibilidades e conhecer novas opções que incluam renda variável ou mista e que ofereçam possibilidade de rendimento maior. “O investidor terá de ter paciência e entender mais de risco”, diz Pedroza.
3. Correr mais risco do que se pode aguentar
2013 será o ano da experimentação. Será necessário estudar a própria tolerância a riscos para não sofrer mais do que o necessário com aplicações que oscilem muito, como a bolsa da valores, por exemplo. “O investidor terá de rever seu portfólio, mas é preciso, antes de mais nada, se conhecer”, afirma Cordeiro. A dosagem do risco deve respeitar o perfil de investimento, seja ele conservador, moderado ou agressivo.
4. Investir no desconhecido
Você entraria numa rua escura onde jamais colocou os pés? É importante conhecer em detalhes os investimentos que são oferecidos, esmiuçando os fatores de risco para saber se vale a pena arriscar o dinheiro diante da rentabilidade esperada. “Negociar com algo que desconhece é um dos grandes erros do investidor”, diz Torres. “Será um ano para investir em informação.”
5. Esquecer da liquidez da carteira
Na ânsia de redistribuir seus recursos, o investidor deve tomar cuidado com os prazos das aplicações. Confira a liquidez dos ativos e tenha sempre um bom montante à disposição para movimentações rápidas. Como diz um ditado em Wall Street, cash is king (dinheiro vivo é rei, em tradução livre). “Quem tem dinheiro líquido consegue barganhar preços melhores seja na hora de consumir, seja na hora de investir”, afirma Pedroza. “A liquidez é um bem que deve ser preservado em qualquer cenário.”
6. Esquecer das taxas e dos impostos
Olhar só o retorno bruto de uma aplicação pode significar perdas na hora do resgate. Confira a mordida do Leão antes de decidir, já que em muitos casos o imposto é maior para prazos menores. No caso dos fundos, avalie as taxas de administração. “Muitos perdem da poupança quando se descontam taxas e impostos”, diz Torres.
7. Não acompanhar as aplicações
Não é preciso olhar o preço das ações a cada segundo ou checar o valor da cota dos fundos diariamente, mas é importante avaliar a carteira, de tempos em tempos, até para ver se o retorno está de acordo com as expectativas. “No caso de fundos de investimentos, analisar a estratégia do gestor também é necessário, para ver se está de acordo com seus objetivos”, diz Torres.