17/01/2025 - 13:52
O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas, disse que um atraso no ciclo de relaxamento dos cortes de juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode ajudar a fortalecer o dólar. Gourinchas também destacou o rápido aumento da produtividade nos EUA desde a pandemia, o que tem atraído grande interesse de investidores.
Sobre a China, o economista afirmou que o país precisa focar mais no mercado interno para seu crescimento. “Os números de 2024 mostram que a economia chinesa se beneficiou de uma melhora no balanço externo. A China é uma economia muito grande e não pode depender apenas do resto do mundo para impulsionar seu crescimento”, acrescentou.
Ele reforça que qualquer fraqueza economia chinesa impacta negativamente os países em desenvolvimento que dependem de suas exportações para o país asiático.
No campo dos cortes de juros, a previsão feita por Gourinchas é a de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deve continuar reduzindo as taxas ao longo de 2025. “Esperamos um corte por trimestre, o que também irá apoiar o crescimento do consumo no Reino Unido”, disse.
Já o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) deve seguir a linha inversa e aumentar os juros mais duas vezes neste ano e outras duas em 2026, segundo o economista do FMI.
Quanto à Rússia, Gourinchas associou os altos custos da guerra na Ucrânia ao aumento da inflação no país, que, na visão dele, vive uma “economia de guerra”.
O FMI recomendou que os países fortaleçam suas reservas fiscais para estarem mais preparados para enfrentar crises inesperadas, como choques energéticos ou interrupções no comércio global. A ideia é criar um “colchão” fiscal que permita uma resposta rápida a esses desafios, sem comprometer o crescimento econômico.