A primeira subdiretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, alertou nesta sexta-feira, 17, para os riscos associados a uma política fiscal dependente de gastos financiados por dívida, mesmo em um cenário de dificuldade política para cortar despesas e elevar impostos. “Isso seria um erro grave, colocando a dívida em uma trajetória insustentável, à medida que os custos dos empréstimos sobem acentuadamente”, afirmou, em discurso durante conferência em Washington D.C.

Gopinath argumentou que os governos precisam se esforçar para que as receitas cresçam em linha com os gastos, ao mesmo tempo em que mantêm um quadro fiscal complementar À política monetária. “É necessário compreender muito mais sobre os mecanismos precisos através dos quais se desenrolam as interações fiscal-monetárias”, disse.

A dirigente também recomendou que os países busquem entender não apenas os níveis de dívida, mas também a composição desse passivo, como o perfil dos credores, da moeda e do vencimento. Essa questão é ainda mais relevante entre emergentes, que dependem da flutuação do sentimento de risco no exterior, de acordo com ela.

A base de investidores têm mudado, conforme Gopinath. “Por exemplo, países como o Brasil e o México registraram um grande fluxo de investidores estrangeiros para as seus títulos de dívida denominados em moeda local”, comentou.