O diretor do Departamento de Pesquisas do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas, destacou nesta terça-feira, 11, a “heterogeneidade” nas economias da América Latina, no quadro atual. Durante entrevista coletiva, ele lembrou que há um grupo entre os países da região que começou a apertar a política monetária “bem antes dos países desenvolvidos”, entre eles o Brasil.

Vice-diretora do Departamento de Pesquisas do FMI, Petya Koeva Brooks lembrou que a entidade espera agora crescimento de 3,5% para a economia da América Latina em 2022 (de 3,0% projetado em julho), tendo feito um “pequeno corte” para 2023, de 2,0% a 1,7%.

Ela lembrou que a região está expostas a fatores como os preços das commodities, a demanda externa e, em alguns casos, o turismo.

Rússia

O FMI revisou para cima sua projeção para a economia da Rússia neste ano, em seu relatório Perspectiva Econômica Global, publicado mais cedo. Ele espera agora contração de 3,4% neste ano e de 2,3% em 2023, avanços de 2,6 pontos porcentuais e 1,2 ponto porcentual, respectivamente, ante as projeções anteriores, de julho.

De qualquer modo, durante entrevista coletiva, autoridades do Fundo disseram que o impacto sobre o país ainda é “grande”, com a guerra na Ucrânia e as sanções subsequentes contra Moscou.

Petya Koeva Brooks disse que alguns fatores levaram à revisão. A valorização do rublo deixou a inflação menor, com impacto correspondente na renda. Há ainda apoio político “muito grande”, na forma de estímulo fiscal, além dos cortes de juros do BC russo.

De qualquer modo, ela notou que a diferença em relação à projeção de antes da guerra é de 9 pontos porcentuais ao fim deste ano e acrescentou que essa distância tende a ficar ainda maior com o tempo.