O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal  Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, comentou nesta  sexta-feira, 16, a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da  Silva feita na quarta-feira, 14, pelos procuradores da Operação Lava  Jato. Mendes, no entanto, preferiu não entrar no debate sobre se a  força-tarefa errou a mão ao se referir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula  da Silva como “comandante máximo” do esquema de corrupção na Petrobras  sem denunciá-lo como tal.

“O que é positivo e dá segurança  ao presidente Lula e aos seus advogados é que agora tem uma denúncia. O  mais é mimimi e trololó. Havendo denúncia, se defende daquela denúncia  que foi proferida”, disse o ministro. “Todas as outras considerações que  não constam da denúncia, ele não precisa responder”.

Para  Mendes, o fato de a denúncia ter sido feita tira a questão do debate  político e a coloca no âmbito do Judiciário. “Ele tem agora a  possibilidade de fazer defesa, que será apreciada por juiz independente;  terá chance de recurso. A partir de agora o processo está  judicializado”.

O ministro também não quis avaliar a  existência ou não de provas na denúncia apresentada pelos procuradores  da Lava Jato. “Não conheço (o processo). Isso terá que ser analisado”,  afirmou.

Dilma-Temer

Mendes disse que  não espera julgar este ano o pedido de impugnação da chapa de Dilma  Rousseff e Michel Temer, se a fase de instrução não se encerrar até  novembro.

“Eu sei que o que preocupa é se houver um juízo  positivo de uma eventual cassação ainda este ano, haveria eleições  diretas. Do contrário, eleições indiretas, como determina a  Constituição. Mas o futuro a Deus pertence. Vamos aguardar”.

O  ministro classificou o processo como “peculiar”. “A figura central  desse processo (a ex-presidente Dilma Rousseff) saiu com o impeachment.  Tudo isso dá uma nova configuração ao processo”, complementou o  ministro.

Segurança

Mendes está no Rio  para acertar a participação das Forças Armadas e da Força Nacional de  Segurança nas eleições. “Há preocupação singular com o Rio de Janeiro.  Se houvesse a solução de continuidade quanto à presença dessas forças  com encerramento da Paralimpíada, nós teríamos talvez uma situação  agravada. Falou-se até num efeito rebote, o crime poderia vir com  vontade redobrada”, afirmou Mendes, que classificou a situação de  segurança no Rio como “uma das piores no mundo”.