11/10/2024 - 12:48
O recuo de 0,4% no volume de serviços prestados no País em agosto ante julho foi o mais agudo para esse período do ano desde 2017, quando encolheu 0,9%. Porém, o movimento não significa uma reversão da trajetória de crescimento dos serviços, avaliou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Lobo ressalta que a queda de 0,4%, próxima da estabilidade, ocorreu por conta de movimentos pontuais em algumas atividades, além de ter sido um recuo “frente ao patamar recorde da série histórica”. O setor de serviços operava em agosto em patamar 0,4% abaixo do recorde da alcançado no mês anterior, em julho de 2024.
“É muito precoce e até irresponsável dizer que uma redução de 0,4% significaria uma reversão de trajetória ou que inauguraria uma sequência de taxas negativas. É um movimento de queda, mas muito próximo do ponto máximo da série”, disse Lobo. “O movimento de queda em agosto, no momento, é circunstancial.”
Segundo o pesquisador, esse patamar elevado de serviços prestados é sustentado pelo bom desempenho dos segmentos de tecnologia da informação, intermediação de negócios em geral, aplicativos de entrega, plataformas de compra e venda na internet.
“Tudo isso vem crescendo ao longo de 2024”, contou.
Na passagem de julho para agosto, apenas duas das cinco atividades investigadas registraram perdas: informação e comunicação (-1,0%, devolvendo parte do ganho de 3,7% acumulado nos dois meses anteriores) e transportes (-0,4%, a segunda taxa negativa seguida, acumulando uma perda de 2,0%).
Na direção oposta, houve avanços nos outros serviços (1,4%, assinalando uma expansão de 1,7% nos últimos dois meses de altas) e serviços prestados às famílias (0,8%, com um ganho acumulado de 4,7% entre maio e agosto).
Já o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares ficou estável (0,0%) neste mês.
“O resultado de agosto veio de forma equilibrada: duas taxas positivas, duas negativas, e uma estabilidade”, resumiu Lobo.