O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, vestiu um cocar durante encontro com indígenas em Belém, capital do Pará. O gesto, quando feito por brancos, costuma ser interpretado por segmentos dos povos originários como apropriação cultural.

Ao discursar, o ex-presidente voltou a prometer a criação de um Ministério dos Povos Originários com um representante do grupo na chefia e a garantir que, se eleito, vai acabar com o garimpo ilegal no País.

A fala de Lula foi antecedida por discursos de lideranças indígenas e da causa ambiental. “A principal e maior homenagem a Dom e Bruno é garantir os direitos dos povos indígenas pelos quais eles deram a vida”, afirmou Beatriz Matos, esposa do indigenista Bruno Pereira, morto junto ao jornalista inglês Dom Philips.

Em novo aceno aos povos indígenas, Lula afirmou nesta sexta-feira em encontro com lideranças do setor que, se ele for eleito, “a boiada não vai passar mais”.

A declaração é uma crítica indireta a Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro. Em reunião no dia 22 de abril de 2020, Salles afirmou que era preciso aproveitar a atenção da imprensa à pandemia de covid-19 para “passar a boiada” – isto é, aprovar no Congresso Nacional medidas de afrouxamento à legislação para proteger o meio ambiente.

“Não sei se tenho a grandeza de representar os povos da floresta”, declarou Lula, que cumpre agendas no Norte do País. Após o encontro com os indígenas, o petista embarca para São Luís, capital do Maranhão, para comício ao lado do ex-governador e candidato ao Senado Flávio Dino (PSB).