29/04/2019 - 20:11
O delegado de Polícia Federal Marinho Rezende, responsável pelas investigações sobre o suposto esquema de ‘candidaturas laranja’ do PSL, afirmou haver “indícios concretos” de que candidatas do partido “faltaram com a verdade” nas prestações de contas que enviaram à Justiça Eleitoral.
O esquema funcionaria com o repasse de recursos do fundo eleitoral exclusivo para mulheres para outras disputas, inclusive de concorrentes homens. Nesta segunda-feira, 29, a PF fez buscas na sede do PSL em Minas.
“Esse é o indício concreto que a gente acha que está amplamente comprovado. Que aquelas prestações de contas não refletem a verdade que efetivamente ocorreu em termos de gastos de recursos”, disse o delegado.
“Essas candidatas, que a gente inicialmente relatou, essas quatro, a gente viu que os recursos são, como eu disse, desproporcionais ao potencial eleitoral das mesmas. Então, os indícios são bem fortes de que elas faltaram com a verdade na prestação de contas junto à Justiça Eleitoral”.
Entre as quatro candidatas (duas a deputada estadual e duas a federal), a primeira a fazer denúncia sobre o esquema foi Cleuzenir Barbosa.
Defesas
O Ministério do Turismo informou, em nota. “O ministro Marcelo Álvaro Antônio reitera que o partido seguiu rigorosamente o que determina a legislação eleitoral.”
Ele afirma que segue à disposição da Polícia Federal para prestar todas as informações necessárias, “pois há mais de um mês se ofereceu espontaneamente para prestar depoimento às autoridades do caso”.
“O ministro reforça sua confiança no trabalho isento, sério e justo das autoridades. O que vem me atingindo há cerca de 3 meses é resultado de uma disputa política local, cujos interesses são prejudicados com minha presença no Ministério do Turismo”, afirma o ministro.
Marcelo Álvaro Antônio esclareceu, ainda, que já entregou ao Ministério Público de Minas “as provas das verdadeiras motivações das supostas denúncias”.
“Sigo confiante de que a verdade prevalecerá”, finaliza.
Cleuzenir Barbosa afirmou: “Minhas contas estão 100 por cento corretas.”
O PSL de Minas, em nota, disse tratar “com naturalidade as buscas e apreensões realizadas pela operação da Polícia Federal e que entende a ação como uma etapa normal das investigações em andamento, com a qual vem espontaneamente colaborando”.
O texto diz ainda que “o partido permanece na confiança do trabalho técnico e isento da PF, acreditando que não há participação de dirigentes do partido em qualquer esquema envolvendo candidatas-laranja em Minas Gerais”.
O partido afirma que “em relação às perguntas específicas recebidas por e-mail deste jornal, o partido informa que todas as gráficas contratadas para produção de material de campanha (doação estimada) nas eleições do ano passado emitiram a correspondente nota fiscal, e todas constam da prestação de contas do partido ao TRE, cujo acesso é público”, e que “o PSL de Minas não tem conhecimento de qualquer gráfica de propriedade do irmão da pessoa de Roberto Soares”.