05/04/2017 - 8:04
O presidente do conselho de administração da Pharol (antiga Portugal Telecom), Luís Palha da Silva, defende que a diretoria da Oi colocou na mesa de negociações uma proposta de plano de recuperação judicial “equilibrada”. Ainda assim, o executivo diz estar aberto a ouvir novas propostas que a diretoria queira levar ao conselho da tele após conversar com outros envolvidos no processo. “Vamos olhar com muito cuidado as propostas que nos forem entregues, na medida em que continuarem a refletir o equilíbrio de situações”, afirmou Palha.
O executivo também é membro do conselho de administração da Oi. Ele representa a empresa portuguesa no grupo. A Pharol é a maior acionista individual da tele. No fim de março, o conselho da Oi aprovou a nova versão do plano de recuperação judicial apresentada pela diretoria. Diferentes grupos de credores criticaram a proposta.
“Não ouvi ninguém aplaudir entusiasticamente entre os credores, mas também isso não aconteceu entre os acionistas. Quando uma proposta é equilibrada, a solução encontrada não provoca um entusiasmo enorme em ninguém”, disse.
O executivo destacou que a diretoria da Oi tem buscado atender diferentes interesses. “Em algumas situações vemos que os nossos interesses (acionistas) não são guardados integralmente, mas compreendemos que é preciso equilibrar.”
Intervenção
Para ele, uma intervenção do governo na Oi seria apenas em uma situação limite. Palha diz que a elaboração de uma medida provisória pelo governo que permite a intervenção na Oi é compreensível, dado o tamanho e importância da tele. No entanto, diz que as autoridades afirmam preferir uma solução de mercado, negociada.
Palha reconhece que enquanto houver discussões sobre o plano haverá um “certo nervosismo”. “Mas o governo tem mostrado discurso coerente de intervenção apenas em caso de necessidade e confiamos no que nos tem sido dito”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.