O lançamento do Galaxy Round, smartphone da coreana Samsung, trouxe à tona a tecnologia de tela flexível. São telas que podem ser dobradas e contam com formato côncavo. A tendência é que outros fabricantes, como a LG e a Apple, tenham smartphones com essa tecnologia nos próximos anos, na principal mudança de design desde que a empresa da maça apresentou ao mundo o iPhone, em 2007. 

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Round, da Samsung, tem tela curva

 

Mas qual a vantagem do uso deste tipo de telas? ?Estamos em um momento em que as empresas estão colocando a tecnologia nas prateleiras”, afirma Sergio Cavalcante, presidente do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar). “Mas não há nenhuma aplicação prática dos benefícios da tecnologia ainda”. 

 

As telas flexíveis começaram a ser desenvolvidas no início dos anos 2000. Naquela época, os engenheiros e cientistas tinham dificuldades para encontrar maneiras de transformar as telas comuns em produtos dobráveis. As primeiras aplicações apareceram para substituir os livros, com opções em preto e branco, baixo uso de energia e com preço baixo. As telas que são mais adequadas para os smartphones, contudo, consomem bastante energia e, hoje, são caras. O Round, da Samsung, chegará ao mercado por US$ 1 mil. “A tendência é o preço baixar, à medida que o seu uso se popularize?, afirma Cavalcante.

 

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Protótipo da E-Ink de tela flexível

Se no mercado elas são novidades, o estudo das telas no mundo acadêmico já vem de longe. No renomado Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston, produtos que fazem uso das telas flexíveis já vêm sendo pensado há anos. Foi em um destes laboratórios que nasceu a E-Ink, empresa formada por ex-alunos do MIT, e que hoje desenvolvem soluções em telas flexíveis. “Estamos vendo muito interesse atual das empresas em nossos produtos”, afirma Giovanni Mancini, diretor de produtos da empresa. A atual demanda do mercado, contudo, não é para telas que possam ser flexionadas à todo momento. E sim para telas que possam, por exemplo, ser construídas em formato côncavo.

O real benefício das telas flexíveis deve aparecer com as tecnologias que pode ser vestidas. A maleabilidade dos produtos permite que ele seja construído em forma de acessórios, como pulseiras. A E-Ink está trabalhando com empresas aéreas para elaborar uma solução de etiqueta interativa para malas. “Nos produtos de hoje, além do celular, a tela flexível pode substituir a janela dos veículos”, afirma Cavalcante, do Cesar. Essa realidade não está longe. A presença das telas flexíveis no nosso dia a dia parece estar no próximo dobrar de esquina.