26/01/2016 - 14:52
O paraguaio Alejandro Domínguez foi eleito nesta terça-feira por unanimidade o novo presidente da Conmebol, durante o Congresso extraordinário que busca deixar para trás os escândalos de corrupção na entidade sul-americana.
Dominguez, de 44 anos, foi eleito após o presidente interino, o uruguaio Wilmar Valdéz, oficializar a retirada de sua candidatura, e terá como grande missão recuperar a credibilidade da Conmebol.
“É a maior crise que já sofreu a Conmebol e é resultado de má gestão. Não pode haver práticas irregulares em relação à gestão comercial dos direitos de televisão”, afirmou o novo presidente.
Os três presidentes anteriores da Conmebol estão detidos ou sendo investigados pela justiça, envolvidos nos escândalos de corrupção que afetam o futebol mundial.
Domínguez, que também assumirá o cargo de vice-presidente da Fifa, presidirá a Conmebol até 2019, assumindo o mandato do antecessor, o também paraguaio Juan Angel Napout.
Napout renunciou em dezembro, depois de ser preso em Zurique quando se preparava para participar de uma reunião do Comitê Executivo da Fifa. Atualmente, cumpre prisão domiciliar em Nova York.
O antecessor de Napout no cargo, o uruguaio Eugenio Figueredo, foi detido na cidade suíça em maio e extraditado para seu país, onde está preso.
O outro ex-presidente da Conmebol envolvido no chamado ‘Fifa-gate’, o paraguaio Nicolás Leoz, que ficou 26 anos à frente da entidade (1986-2013), está cumprindo prisão domiciliar em Assunção.
Durante o Congresso, realizado na sede da organização, nos arredores de Assunção, Valdéz explicou a opção de votar em consenso e eleger Domínguez tem como objetivo “devolver a credibilidade que o futebol sul-americano merece”.
Valdéz afirmou que um espírito de unidade e coesão acabou se sobrepondo “para trabalhar e sair de vez desta difícil situação”, resultado dos escândalos de corrupção na Fifa.
Os presidentes das federações sul-americanas também elegeram o colombiano Ramón Jesurúm e o venezuelano Laureano González para a vice-presidência da Conmebol.
Como representantes da Conmebol perante a Fifa, com os cargos de vice-presidentes e membros do Comitê Executivo da entidade que rege o futebol mundial, foram escolhidos Domínguez e o argentino Luis Segura.
Os presidentes dos clubes de maior prestígio da América do Sul também viajaram a Assunção para o evento, com o objetivo de respaldar uma nova era na entidade, mas também para pressionar os dirigentes por maiores premiações nas competições continentais.
Apesar do aumento da premiação pra este ano, os clubes já expressaram a insatisfação em relação aos valores pagos pela participação na Copa Libertadores 2016, que começa em fevereiro.
Os valores vão de 400.000 dólares por partida na primeira fase da competição até três milhões de dólares para o campeão da torneio continental.
Catapultado pelos dois gigantes do futebol sul-americano, Brasil e Argentina, Domínguez é filho de Osvaldo Domínguez Dibb, ex-presidente do popular clube paraguaio Olimpia, três vezes campeão da Libertadores.
Alejandro Domínguez foi diretor do jornal La Nación até pouco tempo atrás, e seu grupo multimídia, fundado pelo pai, um empresário de sucesso no ramo do tabaco, foi entregue recentemente a uma das irmãs do atual presidente do Paraguai.
A assembleia desta terça-feira definiu também o apoio da Conmebol à candidatura de Gianni Infantino para a presidência da Fifa, que será eleito em 26 de fevereiro, em Zurique.
“A Conmebol apoiará Infantino. Entre a Uefa e a Conmebol existe um vínculo muito forte, histórico, uma cooperação de longa data”, declarou à AFP Wilmar Valdéz em entrevista realizada em dezembro.