04/08/2025 - 16:44
O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou em entrevista nesta segunda-feira, 4, que o Brasil não fechou as portas para parcerias comerciais com os Estados Unidos, mas na condição de país soberano.
“Não temos que nos afastar de um parceiro de 200 anos, a maior economia do mundo. Queremos parceria, mas não na condição de satélite ou de colônia”, disse em entrevista a BandNews FM.
Ele também reforçou o avanço nas negociações do acordo do Mercosul com a União Europeia.
Plano de contingência anunciado
O ministro também anunciou que há um plano de contingência feito pela Fazenda e que será apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para auxiliar os setores mais atingidos pelo tarifaço de Donald Trump.
“Nosso foco vai ser com setores que tem mais dificuldades de realocar a produção. Por exemplo, grande parte da indústria está produzindo sob medida para parceiros norte-americanos. Nossa preocupação maior é com esse setor”, disse.
Haddad explicou que esse plano será composto de várias políticas como linhas de crédito e ação do governo para proteção de empregos. O ministro também afirmou que o pacote não prevê orçamento fora das regras do arcabouço fiscal.
Brasil pode usar terras raras para alavancar acordos
Haddad também afirmou que o Brasil pode usar sua reserva de terras raras, minerais utilizados na fabricação de smartphones e baterias para carros elétricos, como trunfo para trazer os Estados Unidos para a mesa de negociação.
“Nós temos minerais críticos e terras raras e os Estados Unidos não são ricos nesses minerais. Nós podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes na área tecnológica”, explicou.
O Brasil é um player importante nesse mercado, com 23% das reservas, a terceira maior do mundo, mas com produção ainda incipiente, de apenas 1%, destas reservas.