27/04/2011 - 21:00
Mas é justamente essa ladainha que organismos multilaterais como o FMI passaram a pregar, movidos sabe-se lá por quais objetivos. Quem sabe querem os antigos “clientes” de volta ao balcão de pedintes, com o pires na mão.
O Fundo Monetário, através do seu diretor Nicolas Eyzaguirre, deu a senha. Chegou a dizer na semana passada que o Brasil passa por um “processo delicado”. Superaquecimento e ritmo descontrolado de expansão foram os males diagnosticados.
É sabido, o FMI não possui nenhuma credibilidade, nem a mais escassa base de informações técnicas, no tocante a previsões. Erra sistematicamente todas.
O histórico de pata-coadas é extenso e vai desde avaliações positivas de países prestes a quebrar até a indicação de medidas restritivas para economias que precisam seguir adiante.
A China, por exemplo, tem demonstrado que não consegue parar de crescer. Os líderes de Pequim bem que se esforçam, com várias tentativas para segurar um pouco a corrida do tigre. Sem resultado.
A expansão no primeiro trimestre deste ano alcançou a surpreendente marca de 9,7% do PIB. O Brasil por sua vez também trabalha com números promissores.
Movido a investimento recorde de capitais estrangeiros, calcula chegar ao final do ano com algo em torno de 4,5% a 5%. Crescer traz a reboque o efeito colateral da inflação e os dois emergentes (China e Brasil) já convivem com esse quadro.
Mesmo assim, não é o caso de se demonizar o crescimento, como querem fazer valer os organismos multilaterais. A busca de uma política monetária equilibrada que contemple ao mesmo tempo o anseio de desenvolvimento desses países e a inflação variando dentro de metas é o caminho mais sensato.
A aplicação de taxas de juros cavalares para sustar fluxos expansionistas revelou-se um equívoco – “coisa do passado”, como tem defendido o ex-ministro Delfim Netto.
Ao sabor do mercado, até por meio de um câmbio que tem flutuado de acordo com a oferta-demanda de dólares, o ajuste inflacionário virá. Sem quebrar o encanto de um crescimento vital.