27/11/2024 - 13:17
Novo grupo de comissários obtém menor respaldo da história da União Europeia, em meio às críticas pela inclusão de um político ligado à premiê italiana, Giorgia Meloni.O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira (27/11), em Estrasburgo, a nova Comissão Europeia liderada pela presidente Ursula von der Leyen por 370 votos a favor, 282 contra e 36 abstenções, abrindo caminho para que a equipe do Executivo comece a trabalhar no dia 1º de dezembro.
A nova Comissão Europeia obteve apenas 51% dos votos a favor dos 719 eurodeputados que estavam aptos a votar, um resultado pior do que o obtido pela própria Von der Leyen em julho, quando conseguiu 401 votos para sua reeleição como presidente.
Além disso, trata-se do menor respaldo que um grupo de comissários já obteve na história da União Europeia.
A equipe de Von der Leyen recebeu o apoio da bancada dela, o Partido Popular Europeu (PPE), que reúne os conservadores, e de boa parte dos social-democratas e liberais. Também alguns verdes e alguns políticos de extrema direita da bancada da premiê italiana, Giorgia Meloni, disseram que iriam votar a favor.
A votação desta quarta-feira reflete a fragmentação em uma câmara mais inclinada à direita, sem maiorias estáveis e em que todos os grupos que votaram a favor tiveram algumas deserções ou abstenções, como os 22 eurodeputados do conservador Partido Popular (PP) da Espanha ou os 14 do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD).
Antes da votação, eurodeputados de centro e da esquerda criticaram a escolha do político italiano de extrema direita Raffaele Fitto, do partido Irmãos da Itália, o mesmo de Meloni.
Como um seis vice-presidentes da nova Comissão, Fitto será o comissário de Coesão e Reformas, responsável pelo financiamento regional e, portanto, gerenciará bilhões em fundos da UE. “Essa é uma decisão que eu tomei”, enfatizou von der Leyen aos membros do Parlamento Europeu.
A eurodeputada portuguesa Marta Temido, do Partido Socialista (PS), disse que aprovar a comissão de Von der Leyen com Fitto foi amargo e, em entrevista à agência de notícias Lusa, afirmou que haveria “cinco anos muito difíceis” pela frente.
as (Lusa, ARD)