O Parlamento Europeu aprovou, nesta terça-feira (14), o projeto de regulamentação que proíbe a venda de veículos novos com motores a gasolina e diesel a partir de 2035.

O texto emblemático para os objetivos climáticos europeus, que teve a oposição do PPE (conservador, principal partido da Eurocâmara), foi aprovado por 340 votos a favor, 279 contrários e 21 abstenções.

“Chegamos a um acordo histórico, que concilia o automóvel e o clima”, afirmou a eurodeputada ecologista Karima Delli, presidente da Comissão de Transporte.

O texto prevê a redução a zero das emissões de CO2 dos veículos e das caminhonetes zero quilômetro na Europa a partir de 2035. Isto significa, de fato, o fim das vendas de veículo e utilitários leves novos com motores a gasolina e diesel na UE a partir da data, assim como dos híbridos (combustível-elétrico), a favor de veículos 100% elétricos.

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A Comissão Europeia apresentou a proposta desse regulamento em julho de 2021, em um projeto que gerou intensas negociações entre o Parlamento e o Conselho Europeu, que representa os países do bloco.

Agora, o Conselho terá que aprovar formalmente o texto para que ele entre em vigor.

Este é o primeiro acordo concreto relacionado com o chamado “pacote climático” europeu, que visa reduzir as emissões de gases com efeito de estufa da UE em pelo menos 55% até 2030 em comparação com 1990.

Em nota, Sigrid de Vries, diretora executiva da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis, assegurou que o setor “está pronto para aceitar o desafio de entregar veículos de emissão zero”.

“Todos os esforços e investimentos da indústria automotiva são direcionados para emissões zero. É essencial que todas as políticas e regulamentos da UE se alinhem e apoiem esse objetivo”, acrescentou.

Já a conservadora eurodeputada francesa Nathalie Colin-Oesterlé, opositora da iniciativa e integrante do grupo PPE, lembrou que o segmento automotivo gera 12,5 milhões de empregos nos países europeus.