24/12/2014 - 7:45
O Parlamento do Japão reelegeu nesta quarta-feira como primeiro-ministro o conservador Shinzo Abe, 10 dias depois da vitória do Partido Liberal-Democrático (PLD) nas eleições legislativas antecipadas.
Sem um adversário à altura, Abe recebeu 328 votos dos 470 deputados da Câmara Baixa, o que garantiu pela terceira vez em sua carreira política o comando do governo do arquipélago nipônico.
A reeleição de Abe era uma simples questão processual, já que o PLD tem 291 deputados na Câmara e seu aliado Novo Komeito (centro) 35.
Abe, que também conta com maioria no Senado, enfrentou quatro candidatos que não tinham qualquer chance.
O candidato do Partido Democrata do Japão (PDJ) recebeu 73 votos entre os deputados.
No dia 14 de dezembro, o PLD de Abe venceu com facilidade as eleições legislativas, que registraram uma taxa de abstenção recorde.
A vitória de Abe foi facilitada pelas divisões da oposição.
Shinzo Abe deve anunciar agora os nomes do ministério. De acordo com a imprensa, ele pretende manter todos os atuais ministro, com exceção do titular da pasta da Defensa, Akinori Eto, que seria substituído por Gen Nakatani, especialista em segurança nacional e luta contra o terrorismo.
Depois de formar o governo, Abe será recebido pelo imperador Akihito, que deve validar oficialmente a composição do gabinete.
Shinzo Abe pretende continuar com a política econômica conhecida como “abenomics”, aplicada desde dezembro de 2012, data de seu retorno ao poder, após um primeiro mandato (2006/07) que foi um fracasso.
O sucesso inicial da “abenomics”, que combina amplitude orçamentária, flexibilidade monetária e reformas estruturais, permitiu uma desvalorização do iene e um aumento moderado da inflação e do crescimento.
Mas nos últimos meses acabaram os efeitos positivos e no terceiro trimestre do ano o Japão entrou novamente em recessão, consequência parcial do aumento do IVA em abril.
“A economia continua sendo prioritária, mas também quero reforçar o papel diplomático do Japão e garantir a segurança”, disse durante a campanha.
Abe deseja em particular modificar a Constituição e aprovar leis de segurança e defesa.