06/04/2001 - 7:00
Depois de um ano sem alardear aquisições de concorrentes ou promoções com aqueles bichinhos de pelúcia, a Parmalat dá sinais de que vai deixar o auto-exílio e poderá voltar a causar mal-estar na concorrência. Começa a desembarcar nos próximos dias em mais de 2.500 pontos-de-venda do Brasil uma linha completamente reformulada de biscoitos e bolinhos. A equipe do italiano Andrea Martini, ex-Bauducco e atualmente diretor para a América do Sul desta divisão, promete levantar uma ?muralha vermelha? nas prateleiras dos supermercados. Motivo: além de mudar boa parte da receita dos 45 produtos da linha, adotou o tom rubro em todas as embalagens e colocou-as em pé nas gôndolas. O projeto foi feito em apenas oito meses. Para isso, a equipe que antes não chegava a dez pessoas teve de ser ampliada para 100 empregados, instalados em um andar inteiro de um prédio no bairro paulistano do Brooklin.
O investimento total na linha de biscoitos será de R$ 12 milhões e faz do Brasil o terceiro país em que a Parmalat tenta virar do avesso a divisão bakery ? os primeiros foram a Itália e os Estados Unidos. O projeto foi desenvolvido inteiramente no Brasil e a produção local será exportada para todos os países sul-americanos. Se a projeção de Martini estiver certa, a participação de mercado, estagnada nos últimos tempos em 3,5%, deverá dobrar nos próximos três anos. ?Até 2003 queremos ser uma das quatro principais marcas de biscoito do País?, diz o diretor. Pela frente, Martini terá concorrentes como a Nestlé e a Danone, que ainda devem se lembrar da Parmalat do passado e estarão preparadas para uma reação.