17/04/2023 - 9:20
Em meio aos acordos de paz na China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) despertou desafetos por conta de seus discursos. Entre eles parlamentares portugueses. Lula disse recentemente em visita aos Emirados Árabes que União Europeia (que inclui Portugal) e Estados Unidos prolongam a guerra na Ucrânia. Mesmo assim, o mandatário brasileiro deve seguir em visita a Portugal no próximo dia 25 de abril, que marca 49 anos da Revolução dos Cravos – data em que o país depôs o regime ditatorial dos salazaristas e abriu as portas para o regime democrático, conhecida também como Dia da Liberdade.
+ Lula diz que guerra na Ucrânia foi decisão de dois países e propõe criação de “G20 da paz”
+ Lula defende que países parem de enviar armas à Ucrânia para evitar prolongamento da guerra
O líder do partido Iniciativa Liberal, Rui Rocha, defendeu que a Assembleia da República “não pode receber um aliado de Putin como Lula no 25 de Abril”. O governo português defende a Ucrânia na disputa.
“A AR [Assembleia da República] que convidou Zelensky para discursar em 21 de Abril de 2022 não pode receber um aliado de Putin como Lula no 25 de Abril. E o Presidente da República que atribuiu a Ordem da Liberdade a Zelensky não pode estar confortável com a presença de um aliado de Putin como Lula na AR no 25 de Abril”, escreveu o político.
Em entrevista para a CNN Portugal, João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, afirmou que não há ‘embaraço nenhum’ na visita do brasileiro, ainda que tenha posições políticas heterogêneas. No entanto, políticos portugueses, por exemplo, não viram com bons olhos a fala do mandatário sobre o apoio da União Europeia, que inclui o país lusitano, como culpado pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
O que foi decidido, portanto, foi que a sessão solene no parlamento português – onde se homenageia a Revolução dos Cravos – será dividida: uma para dar as boas-vindas a Lula, e a outra especialmente para a comemoração da data.