O Partido Unionista do Ulster, segunda formação favorável a manter a Irlanda do Norte no Reino Unido, decidiu neste sábado deixar o executivo regional, em um contexto de inquietação crescente diante da possível queda do governo de coalizão.

O partido aprovou por unanimidade sua saída do governo de coalizão com partidos nacionalistas irlandeses, depois que a polícia informou que parte do grupo paramilitar IRA Provisório, que supostamente devia estar dissolvido, continua ativo e que membros deste grupo haviam estado envolvidos em um assassinato recente em Belfast.

“O Partido Unionista do Ulster (UUP) vai se retirar do executivo da Irlanda do Norte na semana que vem”, declarou seu presidente, Mike Nesbitt, depois de uma reunião celebrada neste sábado. “Esta decisão foi tomada por unanimidade”, acrescentou.

A saída desta pequena formação não representará a queda do executivo, mas sua decisão expõe a fragilidade da distribuição de poder que, até agora, tinha contribuído para diminuir as tensões depois de décadas de violência na região.

O Partido Democrático del Ulster, a formação unionista mais importante, advertiu também que deixaria o governo se o Sinn Fein (principal partido nacionalista e braço político do IRA até os acordos da Sexta-feira Santa que terminaram com o conflito na Irlanda do Norte) não abordasse o problema do IRA Provisório.

O líder do Sinn Fein, Gerry Adams, por sua vez, insistiu em que o IRA tinha “desaparecido”.

O desmantelamento do grupo paramilitar foi uma das cláusulas-chave dos acordos de paz de 1998, que pôs fim a 30 anos de violência intercomunitária entre os unionistas protestantes, que consideram que a Irlanda do Norte deve permanecer no Reino Unido, e os republicanos católicos, que desejam sua integração com a República da Irlanda.

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