O ataque a tiros a dois ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no interior do Paraná fez com que o ato de encerramento da viagem, na noite de quinta-feira, 28, em Curitiba, fosse transformado em uma celebração de unidade da esquerda. Pré-candidatos à Presidência discursaram contra o que chamaram de escalada de violência no processo eleitoral.

Além de líderes do PT, participaram do evento – realizado em uma praça no centro de Curitiba – representantes do PSOL, PCdoB, PSB e até o senador Roberto Requião, do MDB. Os presidenciáveis Manuela D’Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL) vieram prestar solidariedade a Lula após o episódio.

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, um dos mais aplaudidos, disse que o ato de encerramento da caravana deveria ser o início de uma “campanha” contra “fascistas”. “Não me sinto no encerramento da caravana do ex-presidente Lula, mas no início de uma nova campanha para derrotar os fascistas”, afirmou Haddad.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) comparou a caravana à Coluna Prestes, também iniciada no Rio Grande do Sul. “É muito épica também. Não conseguiram parar a caravana. Lula se impôs”, disse o senador petista. Segundo o parlamentar, os atos de violência registrados durante a passagem de Lula pela Região Sul apontam para uma “contaminação” do processo eleitoral pela radicalização.

Bandeiras

Lula entrou no palco acompanhado de crianças que carregavam rosas vermelhas e duas bandeiras, uma do Brasil e outra vermelha.

Presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros sugeriu a criação de uma frente de esquerda para, segundo ele, barrar a escalada de violência na campanha eleitoral deste ano. “Hoje (ontem) é o dia em que a esquerda deixa de lado suas diferenças para reafirmar seu compromisso com a democracia”, disse Medeiros, em discurso.

O dirigente citou ainda o assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco, no Rio, como um desses episódios do que chamou de “escalada de violência política”.

“Nós que amamos o Brasil e o povo brasileiro precisamos nos unir para derrotar o fascismo”, disse a presidenciável do PCdoB, Manuela D’Ávila. s informações são do jornal O Estado de S. Paulo.