O Crédito do Trabalhador, programa de crédito consignado para aqueles que atuam no setor privado com carteira assinada (CLT), começou oficialmente nesta sexta-feira, 21. A solicitação de um empréstimo da modalidade é feita pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, disponível para download neste link.

A ideia é que, como as parcelas desta modalidade de empréstimo são descontadas de forma automática direto da folha de pagamento, as instituições financeiras ofereçam crédito com juros mais baixos, uma vez que enfrentam riscos consideravelmente menores.

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O benefício está disponível para 47 milhões de trabalhadores formais, incluindo 2,2 milhões de domésticos, 4 milhões de trabalhadores rurais, além de empregados de MEls.

Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a estimativa é que, em até quatro anos, cerca de 19 milhões de celetistas optem pela consignação dos salários, o que pode representar mais de R$ 120 bilhões em empréstimos contratados.

Veja como pedir o Crédito Consignado do Trabalhador

Após baixar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, será preciso fazer login com sua conta gov.br. Veja como criar a sua.

Em seguida, clique no ícone de Empréstimos, localizado na parte inferior do aplicativo, destacado na imagem a seguir com um círculo vermelho.

Serão exibidas instruções sobre o funcionamento do empréstimo. Você pode avançá-las ao clicar na seta para a direita e, em seguida, no link “Ir para Empréstimos”.

Clique no link “Faça uma simulação” na tela a seguir.

Digite o valor do empréstimo que você deseja e o número de parcelas em que pretende pagar. Na sequência, clique em “Simular empréstimo”.

O aplicativo da Carteira de Trabalho Digital exibirá então uma simulação de como será seu empréstimo. Nesta tela, você pode então concordar com o compartilhamento dos seus dados com as instituições financeiras parceiras e clicar em “Solicitar propostas de empréstimos”.

Por fim, basta aguardar. Os bancos conveniados do programa utilizarão os contatos cadastrados na sua Carteira de Trabalho Digital para enviar as propostas. Basta selecionar a melhor e concluir a solicitação do empréstimo.

Simulações com empréstimos de R$ 5 mil e R$ 10 mil

A IstoÉ Dinheiro realizou simulações com valores de R$ 5 mil e R$ 10 mil, com prazos de pagamento tanto de 12 como de 24 meses para ambos os valores. Em todos os casos, a taxa de referência apontada foi de 3,04% ao mês.

A taxa aplicada é, segundo informações exibidas no próprio aplicativo, uma média dos juros consignados privados disponíveis no mercado, calculada pelo Banco Central do Brasil. As propostas apresentadas de fato pelos bancos podem variar para mais ou para menos.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informa que não definiu um limite de parcelas. Porém, orienta as instituições financeiras a concerem empréstimos com pagamento em no máximo quatro anos, ou cerca de 48 meses. Já o cálculo do valor máximo considera fatores como salário e o tempo de empresa do trabalhador.

Nas simulações realizadas, os valores exibidos pelo aplicativo foram:

  • R$ 5 mil em 12 meses
    12 x R$ 503,51
    Total a ser pago: R$ 6.042,12
  • R$ 5 mil em 24 meses
    24 x R$ 296,51
    Total a ser pago: R$ 7.116,24
  • R$ 10 mil em 12 meses
    12 x R$ 1.007,02
    Total a ser pago: R$ 12.084,24
  • R$ 10 mil em 24 meses
    24 x R$ 593,02
    Total a ser pago: R$ 14.232,48

O que é crédito consignado?

O crédito consignado surgiu na década de 1950, restrito a funcionários públicos. Estes trabalhadores podiam contrair empréstimos cujas parcelas seriam descontadas diretamente de sua folha de pagamento.

Em 2003, em seu primeiro mandato presidencial, Lula ampliou o acesso para beneficiários do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e para trabalhadores da iniciativa privada.

O crédito consignado privado, no entanto, estava restrito às empresas que fecham convênios com bancos para oferecer a modalidade. Assim, grande parte dos trabalhadores — sobretudo funcionários de empresas pequenas ou domésticos — ainda não tinha acesso até a entrada em vigor da nova proposta do governo.