06/10/2000 - 7:00
Tudo começou depois da leitura de uma edição do jornal Popular Electronics, em janeiro de 1975, e terminou 25 anos depois, na semana passada, com um comunicado formal da Microsoft. Paul Allen, de 47 anos, fundador e segundo maior acionista da empresa, afastou-se definitivamente da companhia. O terceiro homem mais rico dos Estados Unidos, com fortuna de US$ 36 bilhões, despediu-se para se dedicar a atividades filantrópicas e à sua empresa Vulcan Venturies, que investe em tecnologia e entretenimento. ?Em meu novo papel, posso dar uma contribuição significativa?, justifica Allen. ?Paul e eu temos uma incrível amizade e eu continuarei a valorizar seus conselhos?, responde Bill Gates, o chairman da Microsoft. Ele nomeou Allen para o cargo de conselheiro estratégico da empresa.
Desde 1983, Allen reavalia constantemente suas prioridades e carreira. Um dos criadores de produtos como o Windows e o Word, ele luta contra a doença de Hodgkin, mal que atinge progressivamente o tecido linfático. Criou seis fundações dedicadas à caridade, à pesquisa médica, principalmente contra o câncer, às artes, música e educação virtual. A Paul Allen Forest Protection busca preservar antigas florestas dos Estados Unidos. Guitarrista, fã de Jimi Hendrix, faz parte do grupo de rock Grown Men. Em junho, inaugurou o projeto Experiência Musical, em Seattle (EUA), com investimento de US$ 240 milhões.
Foi Allen quem leu no Popular Electronic o anúncio de um microcomputador, o primeiro a ser lançado, o bisavô do PC. Aos 22 anos, teve uma idéia magnífica. Procurou o colega Bill Gates, três anos mais moço, estudante de Harvard, e propôs a criação da Microsoft para produção de software. Imaginou que aquelas máquinas logo estariam nas casas e escritórios de todo o mundo. Acertou.