26/10/2018 - 8:48
O Banco do Brasil anunciou nesta sexta-feira (26) a saída do presidente Paulo Caffarelli a partir de 1º de novembro. Ele será substituído por Marcelo Augusto Dutra Labuto, de 47 anos, atual vice-presidente de Negócios de Varejo da estatal.
Segundo o comunicado do BB, Caffarelli apresentou pedido de renúncia aos cargos de presidente e do posto no conselho de administração. Paralelamente, a companhia de pagamentos Cielo confirmou a aprovação do seu nome para assumir a presidência da empresa no dia 5 de janeiro.
Ele ocupará a vaga de Clovis Poggetti Jr, que continuará exercendo os cargos de vice-presidente de Finanças e diretor de Relações com Investidores da Cielo.
Segundo informações do Estado de S. Paulo, funcionários do Banco do Brasil fizeram na manhã desta quinta-feira uma campanha espontânea para a permanência de Caffarelli. Com a hashtag #FicaCaffa, comentários em matérias aleatórias foram postados na rede de comunicação interna da instituição, o que não era possível nas gestões anteriores, e também nas redes sociais.
Os funcionários do BB também defenderam a mudança da tradição de indicação política para as empresas públicas no intuito de não “quebrar” as evoluções em curso na instituição, informou o jornal. Nos bastidores, ele é bem avaliado pela equipe econômica do candidato Jair Bolsonaro (PSL), mas o executivo preferiu partir para outro desafio.
Caffarelli assumirá a presidência da Cielo após importantes feitos no Banco do Brasil. Em dois anos de mandato, após ser indicado pelo presidente Michel Temer, ele conseguiu recuperar o retorno da instituição, prejudicado pela estratégia da ex-presidente Dilma Rousseff de usar os bancos públicos para baixar os juros no País, melhorou os índices de capital e engordou seus resultados.
A rentabilidade do BB – medida pelo indicador RSPL – saiu de 7,9% no primeiro semestre de 2016 para 13,3% ao final de junho deste ano. Em termos de resultado trimestral, o lucro líquido ajustado do banco saltou quase 80%, saindo de R$ 1,801 bilhão no segundo trimestre de 2016 para R$ 3,240 bilhões no mesmo intervalo deste ano.
Além disso, Caffarelli tocou mudanças como a revisão da sociedade com a seguradora espanhola Mapfre em seguros, melhorando as receitas do banco nesta área, e a reestruturação do quadro de colaboradores, diminuindo as despesas da instituição e consequentemente, tornando-a mais eficiente. Avançou ainda em questões até então pouco difundidas dentro do BB, como equidade de gênero e raça.