26/01/2016 - 0:00
A americana Paypal pode ser considerada uma das pioneiras de um dos mais quentes setores do mercado de tecnologia: o de fintechs, termo inglês para se referir às startups financeiras, como o NuBank e o GuiaBolsa, para citar dois exemplos brasileiros.
No fim da década de 1990, a empresa surgiu como um meio de pagamento online inovador que foi parar nas mãos do site de leilões eBay por US$ 1,5 bilhão, em 2002. O valor era um absurdo na época da transação. Mas, avaliando em retrospectiva, pode ser considerado uma pechincha.
Tanto tempo depois, muitos se perguntam por que a Paypal não foi comprado por um banco. A resposta é simples. As instituições financeiras não enxergavam o serviço como um concorrente. A Paypal, na visão deles, era uma empresa de tecnologia – logo, não competia com as casas bancárias.
Mas, com o avanço tecnológico, será difícil diferenciar um banco de uma empresa de tecnologia, à medida que os tradicionais serviços estão cada vez mais digitalizados.
O Paypal, atualmente, é separado do eBay. Em julho do ano passado, suas ações começaram a ser cotadas na Nasdaq, a bolsa eletrônica dos Estados Unidos, que abriga empresas de tecnologia e internet. Seu valor de mercado, de US$ 38,9 bilhões, já é maior do que o Itaú (US$ 38,1 bilhões) e Bradesco (US$ 21,8 bilhões).
A intenção do Paypal, segundo Mario Mello, responsável pelas operações na América Latina, é avançar para outros serviços financeiros, além do tradicional pagamento online.
Um dos que devem chegar em breve ao Brasil é a transferência digital de dinheiro. Os detalhes do serviço estão sendo definidos, mas a previsão é que, no terceiro trimestre deste ano, ele esteja disponível ao consumidor brasileiro.
Essa é uma área recente no Paypal, que pagou US$ 890 milhões, em junho do ano passado, pela americana Xoom, um serviço de enviar dinheiro e pagar contas para familiares e amigos ao redor do mundo mediante o uso de smartphones, tablets ou computadores.
Com a aquisição, o PayPal passou a ter acesso a 1,5 milhão de clientes ativos nos Estados Unidos, que enviaram, nos últimos 12 meses, até 30 de setembro de 2015, cerca de US$ 7,1 bilhões a pessoas localizadas em 40 países, dentre os quais México, Índia, Filipinas, China e Brasil.